CENTRÍFUGA

29.8.06

ELEIÇÕES 2006 (hora de acordar)

Nessas eleições escolher um candidato parece ser um grande problema para muitos brasileiros. O problema, na verdade, é muito simples: não sabemos em quem confiar. A cada nova eleição, esperanças são renovadas apenas para depois serem assassinadas a golpes de malas recheadas e ambulâncias desgovernadas. Entra político, sai político (afastados por bem, por mal ou por estratégia) e nada muda. Os que ainda levantam a bandeira da honestidade não têm como escapar dos salpicos de lama e ficam sujos como se porcos também fossem.
Há sempre aqueles que dizem que o voto se faz necessário. Que é um direito e um dever de cidadão. Concordo. Mas apenas uma minoria de nossa sociedade tem a verdadeira capacidade de observar os fatos de forma crítica. E menos ainda são aqueles que têm a tenacidade de fazer uma marcação cerrada junto àqueles que ajudou a eleger. A grande legião de inocentes úteis é que define uma eleição. Seguem como cordeirinhos pacíficos na eterna ilusão desencadeada pelo período eleitoral. Acreditam nas balelas hipócritas, nas bravatas de denúncias de timming impecável que seguem sempre os interesses de alguém. Não enxergam os fatos das entrelinhas.
Um alento dessa nova corrida eleitoral, embora fraco, vale ser ressaltado: a campanha que o Tribunal Superior Eleitoral colocou na mídia, conclamando os eleitores a serem mais críticos na escolha de seus candidatos e lembrando que, mesmo após as eleições, o dever do eleitor não termina. Lembra que é preciso acompanhar o trabalho dos políticos sempre - de perto e com críticas e cobranças. Coloca o fato de que, na verdade, os deputados, governadores, senadores e presidente são nossos funcionários. A maioria de nossos compatriotas parece ter esquecido tal fato.
O eleitor brasileiro não sabe realmente o quanto de poder possui. Décadas de uma lavagem cerebral que transforma a grande massa em nada mais do que ovelhas conformadas, tiraram o fôlego do povo para brigar por seus direitos, cobrar dos governantes e buscar a justiça. Acredita-se que “as coisas são assim mesmo”, que “não há nada a ser feito”. Mas há. Podemos começar com uma escolha consciente no início de outubro. E, a partir daí, fazer valer o verdadeiro poder do voto, cobrando honestidade e respeito. Cada um está livre para escolher de qual forma irá atuar nesse caminho. Mas que seja de forma ativa, aberta e firme. Não há mais espaço para gaiatos com amnésia na minha lista de candidatos. E na sua?


Sergio Dourado

26.8.06

Tem formiga branca no açúcar

Hoje recebemos a Crônica do Jornalista gaúcho, Cristiano Devicari, que agora fará parte de nossa lista de colaboradores.Seja bem vindo!




Minha nona ao desconfiar de alguma coisa sempre dizia: - Tem formiga branca no açúcar! A expressão era incompreensível para um menino de apenas seis anos. Ao crescer observando o cotidiano de uma sociedade de moedas a estipular valores e conceitos, entendi tudo: certos comportamentos humanos assemelham-se aos das formigas brancas que, de pote em pote, visitam muitos açucareiros até esvaziá-los. Algumas ingênuas pela inexperiência da vida; outras perversas por natureza.

Geralmente, à noite, disfarçada em becas e perfumarias, essa criatura alva costuma deixar o formigueiro da periferia para observar vitrines de grifes, antes de atacar os fartos açucareiros importados com rodas de magnésio e vidros fumês. A regra é única: com açúcar e sem afeto, contrariando a canção de Chico Buarque.

Um amigo, certa vez, cruzou no caminho da mais perversa delas. Ousada, a criatura usava as armas disponíveis para nutrir-se até o último cristal do pote, ao passo que o menino, fascinado, contemplava o remexer dos quadris da dita. Miúda e pequena revestia-se de cascas arbóreas ou determinadas espécies de plantas trepadeiras para ocultar o imenso vazio interior; repleto de indiferença. Nela, o açúcar das doces palavras proferidas num leito de gozo transmutava-se num ácido e azedo vinagre, após um infrutífero telefonema no celular. Enquanto isso do outro lado da linha, lágrimas. Ao mesmo tempo bela; horrorosamente fria. Talentosa na matemática aprendeu desde cedo com a família a contar vintém e a calcular a direção do próximo banquete.

Nos encontros e desencontros da vida, as pessoas acabam recebendo a inesperada visita dessa espécie, que entra sem pedir licença e rouba os cristais da alma, deixando um imenso vazio em sua presa.

Encantadora formiga branca, com seu apetite insaciável não percebe o destino fatídico: acabará submersa numa xícara de chá, enquanto outras gerações de formiguinhas seguem em direção aos açucareiros e meninos choram pela falta de açúcar no café da manhã.

Cristiano Devicari
Jornalista R.P. 9337 DRT/RS
devicarimissoes@gmail.com

25.8.06

SÁBADO SOM

Rádio Capibaribe 1240AMPrograma Sábado Som
Todo sábado, das 15h às 17h
Rádio Capibaribe - 1240 AM
Apresentado por Carminha Pereira, Júlio Reis,
Jac Nascimento, Klever Schneider e Sérgio Dourado
Muita música, notícias sobre a MPB, cinema, teatro e cultura.
clique AQUI para ouvir on-line.

23.8.06

A DAMA NA ÁGUA

A Dama na Água (Fantasia/Suspense, 110 minutos, EUA, 2006)
Título original: Lady in the Water.
Estúdio: Warner Bros.
Direção:
M. Night Shyamalan.
Roteiro:
M. Night Shyamalan.
Produção: M. Night Shyamalan e Sam Mercer.
Fotografia: Christopher Doyle.
Desenho de Produção: Martin Childs.
Figurino: Betsy Heimann.
Elenco: Paul Giamatti (
Cleveland Heep), Bryce Dallas Howard (Story), Freddy Rodríguez (Reggie), Jeffrey Wright (Mr. Dury), Bob Balaban (Mr. Farber), Sarita Choudhury (Anna Ran), Mary Beth Hurt (Mrs. Bell), M. Night Shyamalan (Vick), Bill Irwin (Mr. Leeds), Cindy Cheung, Joe Reitman.

Cleveland Heep é um homem solitário marcado por uma tragédia no seu passado. Vê a vida passar monótona e corriqueira trabalhando como zelador de um condomínio modesto e cheio de gente esquisita. Sua apatia é repentinamente quebrada quando descobre uma misteriosa mulher vivendo escondida entre as passagens sob a piscina do prédio (?!).

Se apenas essa introdução não for suficiente para afastar os mais cépticos e cautelosos de qualquer sala de cinema cujo letreiro traga o título desse filme, vale acrescentar que a dita mulher misteriosa é, na verdade, uma “narf” – uma ninfa aquática - que é perseguida por criaturas malignas (entre elas, um cachorrão com as costas cobertas de grama de jardim) que querem impedi-la de tomar sua condução (uma gigantesca águia à la Tolkien) de volta para o mundo de onde veio. Essa ninfa, sabe-se lá como, foi parar no nosso mundo para inspirar, por meio de pontadas de agulhas etéreas, um desconhecido escritor cujo livro terá um grande impacto, no futuro, em nossa sociedade. O nome do livro? “Livro de Culinária”.

O enredo absurdo foi baseado numa estória de ninar criada pelo próprio diretor/roteirista/produtor M. Night Shyamalan para seus filhos, o que talvez justifique o tom modorrento da película. E provavelmente aponta o motivo das “diferenças criativas” que o afastaram do seu antigo estúdio Disney, que realizou seus filmes anteriores.

As personagens são artificiais. Há uma construção psicológica rasa de cada um, apelando mesmo para uma fórmula-clichê: A velhinha boazinha, a fofoqueira de bobs e seu marido de pijamas, o crítico de cinema carrancudo etc. A própria “narf”, interpretada pela boa atriz Bryce Dallas Howard está perdida numa palidez e tristeza condizentes com o ambiente do filme.

O que poderia ser um conto de fadas moderno com uma levada de suspense e cheios de boas metáforas, termina descambando para uma colagem nonsense de algo que espelha de forma lúdico-trash o que vivemos nos dias de hoje. Não há sequer uma satisfatória moral da estória. O talento de Shyamalan existe, sem dúvida. Mas precisa urgentemente da visita de uma "narf" para desabrochar completamente.



Sergio Dourado

21.8.06

OFICINAS DE PERCUSSÃO NO RECIFE ANTIGO

Amantes da percussão interessados em aprender a executar ritmos que passeiam pelo maracatu, afrobeat e samba, entre outros, poderão ingressar nas oficinas do Grupo Percussivo Tambores Do Mundo, que acontecem aos domingos, a partir das 15h, na Rua da Moeda, local onde serão ministradas as oficinas.
No ato de inscrição, os alunos poderão optar entre alfaia e agbê. A duração da oficina do grupo – que dispõe de instrumentos para os iniciantes – é de quatro meses, sempre às 15h dos domingos e custa R$ 50,00 mensais. Nas aulas, os alunos irão aprender baques de maracatu, ciranda e côco, além de ritmos como funk e samba. A proposta musical do Tambores Do Mundo mescla as influências da música percussiva local a referências nacionais e internacionais. Os arranjos possibilitam misturas como Samba mesclado ao Maracatu e Funk com Afoxé; passeando por outras referências como baião, rumba e Naya Bing (ritmo da Guiana Inglesa que deu origem ao reggae).
Nascido em novembro de 2002, o Grupo Percussivo Tambores Do Mundo ensaia todos os domingos na Rua da Moeda, às 18h.
Maiores informações:
(81) 9128.2899 (Rafael Medeiros)
(81) 9987.2899 (Abraão)

20.8.06

Ao leitor Cavaleiro do Caos

Após vasculhar o e-mail de nosso Blog, percebi que alguns comentários não apareceram em meus artigos. Fiquei preocupado e resolvi prestar uma homenagem a esse leitor assíduo e participativo.

Agradeço os comentários em relação ao que postei nessas humildes linhas do Centrifuga. Comentários ajudam ao nosso crescimento e que estamos no caminho certo.

Continue participando e opinando.

O mundo é assim, bom que existam pessoas dispostas a discutir, pensar e o mais importante, sair da posição de egoísta e divulgar o que pensa.

Grande Cavaleiro do caos, obrigado.

" Caos necessário para sairmos da posição de comodismo"

Obs: o seu email será preservado!

cavaleiro_do_caos
<> para mim
Mais opções
19 Ago(2 dias atrás)
bem, por partes:1ª) Eu addoooorreeeeiii o depoimento da senhora de 60 q falou:"Eu me viro muito bem sem homem!" - certa ela! Se ela sabe se virar sozinha, ela tem mesmo é q se amostar, já q tem muitas q nem com homem(s) se viram de algum jeito.


2ª)Nem tinha percebido q a mateira do menino sequestrado foi sensacionalista! Na verdade eu até chorei...puts...foi mt emocionante! Mais um ponto pra globo! kkkkk


3ª) O fato de não ter notado o tal sensacionalismo já pode ser sinal de uma lezeira global embutida na sociedade suburbana limitada! ou então um avanço do progresso do cortex frontal do ser humano contemporâneo moderno e intelectualizado por uma cultura ridicula, brega e sexologica!

4ª) A materia sobre a princesa Diana com as fotos naquelas circunstancias...me dá nojo e pena da mídia! Sem comentários! --Posted by cavaleiro_do_caos to CENTRÍFUGA at 8/19/2006 04:10:47 AM


cavaleiro_do_caos

Mais opções
19 Ago(2 dias atrás)
Assino em baixo! Mt fodaaaaa!!!Paulo Freire está se contorcendo na tumba!


Valeu Cavaleiro do Caos!
Ósculos e Amplexos para você e para todos!

Klever Schneider

Campanha Eleitoral

A primeira semana da propaganda eleitoral “gratuita” ao governo do Estado, demonstrou que as campanhas vão dar o que falar. O que chama mais chamou atenção nessa primeira semana, é que alguns partidos, que se intitulam como oposicionistas, em seus horários destinados a apresentar propostas, usaram a imagem do presidente Lula e candidato à reeleição.


Mas Pernambuco não foi o único. Diversos jornais noticiaram que em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, entre outros estados, se quer usaram a imagem de Alckmim, candidato que mais se aproxima de Lula nas pesquisas. Uma pergunta que inquieta é porque?

Por que todo mundo sabe que Lula dificilmente perde essa eleição. E usar sua imagem a de seus candidatos ao governo pode contribuir de alguma maneira. O Lula é considerado um astro, pois consegui aparecer em todos os programas dos partidos ou de uma forma e outra o seu nome foi citado. Os opositores usam a imagem e voz de Lula falando favoravelmente a seus candidatos, em outro contexto, que nem nada a ver com a eleição. Mais uma vez, a distorção utilizada prejudica esse período destinado a que repensemos e definamos melhor o nosso voto.

Na revista Veja, temos o mesmo enquadramento de sempre. A revista é contra Lula ou todos àqueles pertencentes ao governo Lula. Dessa vez a preocupação voltou-se à imagem estética do atual presidente, desde o uso do Botox e seu figurino. O colunista da Veja, que todos mundo sabe quem é, diz que Lula continua com a cara de pobre. Ou seja, um espaço desperdiçado. A revista poderia entrevistar cada candidato, ouvir mais e informar mais ao seu grande número de leitores. Uma pena. Por que precisamos entender mais o que os candidatos dizem.

As eleições gerais de 2006 prometem. Torcemos que dessa vez seja feita uma verdadeira mudança, seja no Senado, no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas. O momento de mostrarmos uma resposta a tudo que aconteceu nos últimos anos. Se olharmos de outra forma e de um diferente ângulo, perceberemos que o programa eleitoral não é tão insuportável como parece.É o momento de visualizarmos outras caras e assim votarmos melhor, esperarando que haja uma mudança de atitude em nossos governantes.

Ósculos e Amplexos
Klever Schneider

18.8.06

PARA QUE CONHECER?

A vida nada mais é do que um eterno aprender. Desde a mais tenra idade o ser humano inicia seu processo interminável na trilha do desenvolvimento cognitivo e intelectual. Um recém nascido pode até instintivamente buscar o peito da mãe nos seus momentos de estréia no novo ambiente. Mas não tarda a entender que seu choro serve muito mais do que seu silêncio ao buscar sua satisfação.

O caminho do descobrir é vasto e não chega a um ponto final. Alguns seguem lentos, outros mais velozes. Mas, invariavelmente, todos o trilham. Mesmo mergulhadas em paradigmas gastos, premissas falsas da realidade ou imbuídas da mais singela ignorância, as pessoas seguem seus caminhos de descobertas e desafios por toda a vida. Seus objetivos ultrapassam o simples sentido da saciedade primordial de suas necessidades básicas. Adentram patamares mais altos. A busca pelo conhecimento não cessa, assim como novos objetivos não deixam de surgir mais adiante. Tais fatos terminam por se relacionar todo o tempo.

Pobres daqueles que não enxergam no conhecimento a chave para alcançar aquilo de precioso que ambiciona. Nesse sentido é que surge a divisão entre aqueles que querem conhecer e aqueles que não sabem do que isso se trata. E nada mais injusto do que este fato. Afinal, inteligência todos os homens têm. Meios para buscar e se alimentar do conhecimento é que sempre é um privilégio de poucos. No Brasil e em vários países miseráveis do nosso planeta que sustentam a riqueza dos maiorais ditos “desenvolvidos”, o problema dessa ineficiência ao acesso ao conhecimento é colocado de forma ainda mais grave. E eficazmente é utilizado como uma forma de controle cruel das grandes massas de ignorantes pacificados. Nós, que driblamos tal status, e atingimos um certo grau de consciência diante de tais fatos, freqüentemente nos calamos e cruzamos os braços. Terminamos por escapar do adjetivo ignorante, mas caímos inexoravelmente na classe dos néscios.

Urge a hora em que doa a consciência dos intelectuais. Que se ultrapasse a simples (ou complexa) noção mercadológica da vida, e seja vislumbrado o ser humano definitivamente. Fechar os olhos não chega a ser sequer um paliativo digno de alguém que entende, um pouco que seja, o que a humanidade se tornou. Há uma legião de invisíveis por todo canto que precisam se tornar visíveis. Incontáveis idéias que precisam ser compartilhadas. Néscios que precisam acordar e agir.

Obs. Néscio X Ignorante


Sergio Dourado

11.8.06

Conversa Aberta

"Ninguém ignora tudo.Ninguém sabe tudo.Todos nós sabemos alguma coisa.Todos nós ignoramos alguma coisa.Por isso aprendemos sempre." Paulo Freire

Questões sobre ética, cidadania e política estão presentes na caminhada acadêmica de qualquer boa faculdade que almeja formar bons profissionais, ainda mais quando falamos de futuros jornalistas ou publicitários.
Um tema que me inspirou a repensar algumas coisas, foi um vídeo que falava sobre Paradigmas.
Modelos, regras, idéias e conceitos que nos guiam ao longo da vida, que nos levam ao sucesso ou ao fracasso.
Quando nos fechamos para o novo e para o desconhecido, ou quando ignoramos que existe outra forma de se pensar, agimos como cegos e assim perdemos oportunidades de evoluirmos. Talvez o maior medo seja o de recomeçar ou de aceitar que as coisas mudam, as pessoas mudam e consequentemente o pensamento também. Ee assim alguma coisa temos de deixar de lado. E quem está preparado para isso?
Talvez, esteja aí a chave para tantos preconceitos contra mulheres, homossexuais, negros, pobres e devido ao momento de conflitos no Oriente Médio, qualquer árabe, libanês, possa vir a sofrer e sentir a mudança de olhar dos outros em relação a eles. Quem nunca sofreu um tipo de preconceito ou olhar desconfiado por pensar diferente? Qual o papel da mídia nessas situações, são elas que nos impulsionam a pensar assim ou abdicar de alguns preconceitos?
A nossa percepção é fundamental para terminar com qualquer cegueira. Abrir mão de nossas verdades não é uma tarefa fácil. Porém é possível. Nossos comportamentos podem mudar e isso depende de vontade e de coragem. Na medida em revermos algumas de nossas idéias surgirá um novo começo.Mas será que tem que ser assim? Começar tudo de novo?
Talvez você concorde, talvez não, talvez em parte. Mas o mais importante é que por um momento você parou para ler. Quem sabe nesse momento não nos transformamos, será que de uma forma estou influenciando ou fui influenciado por alguma coisa. Por que será que nos finais dos parágrafos anteriores deixei interrogações.Não importa. O que importa é que encerro com alguma certeza. Algum efeito essas linhas tiveram. Afinal chegamos até aqui.
Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

9.8.06

Nem tudo o que se lê ou se escuta é verdade...

"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.” Mário Quintana

A Imagem distorcida
Como a busca exacerbada pela informação e conseqüentemente atrair leitores ou telespectadores, alguns equívocos ou atitudes nada éticas comprometem o jornalismo.

Muitas pessoas sentem no Comunicador a voz da verdade ou da certeza, com a onda de ataques do PCC ou o conflito no Oriente Médio alguns abusos merecem relevância nas discussões.

Entre eles, as fotos divulgadas pelo fotógrafo libanês Adnan Hajj, free-lancer da agência Reuters, que confessou ter adulterado duas fotos sobre a Crise no Oriente Médio se utilizando do programa Photoshop para distorcer as imagens. Mais uma vez a tecnologia prestando um serviço às avessas. O fotógrafo já foi afastado de suas funções, ainda bem!

Outro ponto, é a dificuldade numérica nas divulgações. Não se tem um número exato de quantos se feriram ou morreram em conflitos ou ataques. E isto não importa tanto, o que importa para alguns veículos é dramatizar e horrorizar ainda mais. Se pegarmos o jornalismo on-line, um mesmo conflito chega a ter números que deixam qualquer um sem saber em quem confiar ou para onde ir. Quem está com a verdade? Será que teremos que seguir a risca ditados populares como- estar sempre com o pé atrás ou ficarmos com a pulga atrás da orelha ?


Outra reflexão que cabe é até quando distorções como essas vão acontecer. Enquanto Comunicadores Sociais precisamos todos os dias rever nossos objetivos dentro da profissão que escolhemos. Ética é a palavra. Em nossas mãos, milhares de leitores e telespectadores aguardam informações que possam contribuir de alguma maneira. Espetáculos bons são àqueles que podemos ver nos palcos. Para isso, existe o teatro!

Ósculos e amplexos para todos!
Klever Schneider

5.8.06

GLOBO MAU

O dinheiro pode tudo. Quando falamos em emissoras de televisão, a afirmação é comprovada.


Todos sabemos da hegemonia da Rede Globo, principalmente em grandes produções e ações que buscam contribuir para a chamada “cidadania”, tentando provar a todos a sua “responsabilidade social.”. Como a maior parte do mercado publicitário aposta na Rede Globo, ela pode se dar ao luxo de algumas produções.

Verificamos o seu poder, como por exemplo, com a Caravana do Jornal Nacional nas andanças de Norte a Sul e ainda espalha pelo país a votação para escolher o nome do Mascote dos Jogos Pan-Americanos-e o resto das emissoras porque não podem fazer suas votações?- num de seus programas de auditório ajuda a escolher uma atriz que fará parte da novela Páginas da Vida. Há 21 anos monta uma mega-estrutura para o Criança Esperança, é líder em novelas e programas de humor, líder nos programas jornalísticos.

E assim escuto comentários extremamente críticos a emissora que pode tudo ou quase tudo.
A cada dia chego à conclusão que, o conteúdo é mais importante e que é possível sim atingir bons números de audiência, afinal é o que todas as emissoras procuram. Na TV Universitária, o programa Sopa Diário atinge índices satisfatórios, se tratando de um programa entre o meio-dia e uma da tarde.

Mas as ditas TVs comerciais precisam da publicidade e dos bons índices de audiência para sobreviver e com isso programas sem conteúdo poluem o nosso dia a dia. Alguns dão a desculpa de que são as pessoas(os telespectadores) que querem esse tipo de programa, mas se pensarmos: Será que se não oferecêssemos outros programas o público não teria uma atitude positiva?

Enquanto Cardinot, Gilberto Barros, Luciana Gimenez, Fausto Silva, Ratinho, Denny Oliveira e por ai vai, ocuparem os espaços para a contribuírem para a alienação dos telespectadores, será difícil àqueles que se revoltam contra a pobreza de conteúdos das emissoras, pois estarão sozinhos e o mundo não dá mais espaço a quem quer lutar sozinho.È difícil mudar a educação de um povo acostumado com a merdalidade na TV.

A discussão da Tv Digital foi um exemplo, poucos telespectadores sabem o que se passou e o que esta por vir. E a “GLOBO MAU”, sabe bem o que fez ou o que faz, não deu espaço para a discussão. E porque? Pensem e reflitam. No mínimo é porque estava preocupada com o ônibus do Jornal Nacional o com o mascotinho dos Jogos Pan Americanos. Pois é, quem tem o poder não quer perdê-lo. Veremos as conseqüências em longo prazo.

Klever Schneider
Ósculos e Amplexos para todos

1.8.06

SEDENTÁRIO

A manhã já anunciava que aquele seria mais um dia preguiçoso... não que eu seja um sujeito preguiçoso, mas há dias em que não consigo parar de pensar em não fazer nada (!). Aliás, "fazer nada" deveria ser considerado uma arte. Claro, pois são nesses momentos que, provavelmente, surgiram as maiores idéias artísticas existentes. Bem, mas não é exatamente da preguiça que eu venho falar neste momento.

Me levantei com muito sacrifício, abri a porta do meu quarto e, aparentemente, não havia ninguém em casa. Também, já passavam das nove, todos estavam trabalhando. Apenas eu continuava a exercitar meu ócio. Caminhei até o banheiro e, olhando para baixo enquanto urinava, percebi tamanha proeminência que tomava conta de parte de meu corpo. Pois é, minha barriga parecia crescer sem parar. Se bem que ela já foi maior, mas naquele momento parei, olhei diretamente para ela, e comecei a refletir sobre aquele pedaço de mim.

Comecei a me lembrar das diversas barrigas que passam diante de meus olhos diariamente: redondas, caídas, flácidas, retas, malhadas, definidas, peludas ou lisas. É incrível como esses "detalhes" se tornam características tão marcantes numa pessoa. Afinal, é uma das primeiras coisas que vem de encontro com você ao avistar alguém.

E, parado, imaginava as inúmeras maneiras de me livrar daquele incômodo problema. Se bem que minha preguiça me fez pensar em apenas duas: malhação e dieta. Senti que suava só de pensar.

Fui até a sala, liguei o televisor e sintonizei um daqueles programas matinais femininos. Nele, uma moça em trajes apertados mostrava seu corpo definido, suas pernas bem torneadas, sua barriguinha que mais parecia um tanquinho (me lembrei da pilha de roupas sujas que tenho que mandar lavar), seus braços firmes e seu rosto de menina. Tentei imaginar quanto tempo uma pessoa leva pra ficar daquele jeito. O modo animado com que ela demonstrava os exercícios fazia com que eles parecessem tão simples. E, olhando essa simplicidade, senti-me tentado a deitar-me no chão e esboçar algumas abdominais. E lá fui eu: posicionei-me colocando as mãos na nuca e flexionando os joelhos. Iniciei a contagem imaginando-me cheio de músculos!

Um...

Dois...

Três...

Quatro...

Cin... Cinco...

Seee... Seis...

Seeeeeet...te... (ufa!)

Ooooi..... t...o.....

Nooo....

Nossa, não aguentava mais! Nem consegui terminar de falar o nove, imagine chegar no dez! Permaneci jogado no chão da sala, parado, mal conseguindo me mexer. E a moça da televisão continuava, linda e sorridente, a convidar-me àquela suada tarefa.

E jogado eu continuei mais alguns minutos. Lembrei-me do café da manhã que me aguardava. Finalmente levantei-me e fui de encontro à cozinha, com a mão no abdome cansado depois de uma série tão difícil. Já me encontrava no corredor quando voltei para desligar o televisor. Olhei mais uma vez para a moça que se exercitava, sorri para ela e desliguei o aparelho.

Entrei na cozinha e tratei de cuidar da minha barriga. Afinal, tenho que agradecer a Deus por ainda ter uma. E por ainda ter comida para mantê-la. Pior é quem passa fome e é obrigado a ter um corpinho magrinho. Essas pessoas sim, é que mereciam ter uma bela pança! Pelo menos seriam felizes... ou não! Afinal, se essas pessoas tivessem uma barriga como a minha, talvez estariam na frente da TV idolatrando a moça linda, magra e sorridente.

E comendo me senti feliz! Feliz com meu corpo, com minha saúde e com meu sedentarismo! E se alguém acha que isso atrapalha no amor, saibam que na hora da conquista a gente dá um jeito. Levanta o queixo, olha pra frente, estufa o peito, murcha a barriga e parte pro abraço! E olha que funciona!

por João Paulo Novo