CENTRÍFUGA

23.1.08

É FESTA

Olha o Carnaval aí gente! Por todo canto que se anda já é festa. Não dá nem para sair de casa sem saber se ali na esquina a nossa passagem será impedida por alguma troça ou bloco de rua que, sem aviso, estará fazendo uma grande farra. O Recife é assim. Quem não conhece, fique sabendo. A cidade, a semelhança de outras capitais carnavalescas como Rio e Salvador, tem seu ritmo totalmente alterado já nas semanas que antecedem os festejos de Momo.

Para quem está a passeio é uma pândega. Para quem vive aqui e curte uma farra é o momento de se esbaldar. Mas para uma grande maioria de pessoas que trabalha e vive a batalha do dia-a-dia em busca da sobrevivência essa festa, que, por vezes, é sinônimo de bagunça, pode ser um grande contratempo. As paradas de ônibus mudam, ruas são interditadas (ou não) para dar lugar a uma massa ébria sacolejando ao som do Frevo (pelo menos se privilegia o Frevo); a violência explode em certas áreas da cidade, menos observadas pelo poder público; a mídia deixa certos assuntos importantes de lado para exaltar o Carnaval; ninguém pensa em mais nada além de festa e esbórnia, e, assim, deixa-se que o ano comece, de verdade, apenas depois do primeiro dia útil após a quarta-feira de cinzas (a quinta e sexta não contam!).

Pelo menos esse ano o calendário trouxe logo o Carnaval para o início de fevereiro. No frigir dos ovos, caro povo brasileiro, ganhamos quase um mês de dias úteis em nosso 2008. Some-se a tal fato que nesse ano teremos menos dias gastos com feriados e imprensadinhos de segundas e sextas-feiras.

Mas não há de se ver apenas fatores negativos em uma tradição tão brasileira como o Carnaval. Logicamente que se destaca a força da cultura popular, principalmente em manifestações tão espontâneas, hilariantes e divertidas como as que são presenciadas no Carnaval de Pernambuco. Aqui não há abadá, cordão de isolamento, ingressos caríssimos para assistir desfiles de escola de Samba ou algum baile regado a drogas e pornografia. Em Recife, Olinda e várias outras cidades pernambucanas, a diversão está na rua. Para quem não pode ou não quer gastar muito, basta pegar um ônibus e ir curtir a folia nos pólos de animação. Nesse aspecto dêem-se os parabéns para a Prefeitura do Recife, que anda fazendo sua parte. Cansou dos agitos? Basta ir dar um tempo na praia ou passear em algum parque ou lugar que esteja fora da rota da folia. Há vários.

Também a economia do Estado comemora com esse período de festa. Muitos turistas, hotéis cheios, um sol e calor “formidáveis” para satisfazer nossos visitantes. Até para aqueles que não têm seus empregos fixos, com carteira assinada, a época é de oportunidade para ganhar algum dinheiro.

Diante da inevitabilidade do Carnaval - que sempre será o xodó do brasileiro - e suas conseqüências, a coisa certa a fazer é, na medida do possível, aproveitar esse momento de lirismo e fantasia e relaxar. Gozar verdadeiramente a festa. Ver os amigos, tomar umas e outras, arriscar um ou dois passos de Frevo, subir e descer algumas ladeiras. Sempre com as devidas recomendações de evitar o exagero e não cometer nenhuma barbeiragem que leve ao posterior arrependimento.

EXCELENTE CARNAVAL PARA TODOS.

7.1.08

AGIR

A vida é repleta de charadas. Enigmas por vezes complicados de serem solucionados. Frequentemente nos deparamos com situações que requerem uma alta dose de equilíbrio e força de vontade para chegar a uma solução que nos coloque num caminho que leve em direção à felicidade.
Ainda há de se colocar a necessidade de mantermos nossa identidade em todo esse processo. É quando se coloca em prova nosso caráter, nossa criatividade e poder de adaptação. As mudanças que vêm junto a tais situações-limite são inevitáveis. Trazem desafios e colocam nosso livre arbítrio para agir. Alguns se perdem nessa trilha. Outros não. Mas isso é um risco do qual não se pode fugir, sob pena de não continuar seguindo em frente. Agir, na maioria dos casos, é mais frutífero do que não agir. Pelo simples fato de evitar o arrependimento no futuro.
Claro que se lançar em uma empreitada de importância não pode carecer dos cuidados de praxe, dentro da medida do possível. Dos fatores previsíveis devemos dar conta. Daqueles que não se podem prever, basta criar alguns planos “b” e ajustar a receita ao longo do preparo. O que não se pode nunca fazer é perder o sonho de vista.

O ano novo que inicia é uma oportunidade de fazer as mudanças acontecerem. Para tanto alguns sacrifícios, algumas dificuldades, quem sabe sofrimentos, sejam inevitáveis. Mas nada na vida vem de graça. Quem ainda não se deu conta disso, trate logo de colocar a cabeça no lugar.
Vejo exemplos acontecerem. Sucessos conquistados duramente. Insucessos inevitáveis. Gente que tem tudo fácil e são felizes. Outras nem tanto. Alguns pobres de posses, porém felizes. Quase todos os pobres de alma, infelizes. Não há regra definida para o que o universo comete. E como cada um tem o poder de tentar construir um futuro melhor, que os caminhos sejam diferentes, díspares na individualidade, porém unos no objetivo amplo, que é alcançar a felicidade.
Desejo a todos um 2008 tão bom ou melhor que 2007.