É FESTA
Olha o Carnaval aí gente! Por todo canto que se anda já é festa. Não dá nem para sair de casa sem saber se ali na esquina a nossa passagem será impedida por alguma troça ou bloco de rua que, sem aviso, estará fazendo uma grande farra. O Recife é assim. Quem não conhece, fique sabendo. A cidade, a semelhança de outras capitais carnavalescas como Rio e Salvador, tem seu ritmo totalmente alterado já nas semanas que antecedem os festejos de Momo.
Para quem está a passeio é uma pândega. Para quem vive aqui e curte uma farra é o momento de se esbaldar. Mas para uma grande maioria de pessoas que trabalha e vive a batalha do dia-a-dia em busca da sobrevivência essa festa, que, por vezes, é sinônimo de bagunça, pode ser um grande contratempo. As paradas de ônibus mudam, ruas são interditadas (ou não) para dar lugar a uma massa ébria sacolejando ao som do Frevo (pelo menos se privilegia o Frevo); a violência explode em certas áreas da cidade, menos observadas pelo poder público; a mídia deixa certos assuntos importantes de lado para exaltar o Carnaval; ninguém pensa em mais nada além de festa e esbórnia, e, assim, deixa-se que o ano comece, de verdade, apenas depois do primeiro dia útil após a quarta-feira de cinzas (a quinta e sexta não contam!).
Pelo menos esse ano o calendário trouxe logo o Carnaval para o início de fevereiro. No frigir dos ovos, caro povo brasileiro, ganhamos quase um mês de dias úteis em nosso 2008. Some-se a tal fato que nesse ano teremos menos dias gastos com feriados e imprensadinhos de segundas e sextas-feiras.
Mas não há de se ver apenas fatores negativos em uma tradição tão brasileira como o Carnaval. Logicamente que se destaca a força da cultura popular, principalmente em manifestações tão espontâneas, hilariantes e divertidas como as que são presenciadas no Carnaval de Pernambuco. Aqui não há abadá, cordão de isolamento, ingressos caríssimos para assistir desfiles de escola de Samba ou algum baile regado a drogas e pornografia. Em Recife, Olinda e várias outras cidades pernambucanas, a diversão está na rua. Para quem não pode ou não quer gastar muito, basta pegar um ônibus e ir curtir a folia nos pólos de animação. Nesse aspecto dêem-se os parabéns para a Prefeitura do Recife, que anda fazendo sua parte. Cansou dos agitos? Basta ir dar um tempo na praia ou passear em algum parque ou lugar que esteja fora da rota da folia. Há vários.
Também a economia do Estado comemora com esse período de festa. Muitos turistas, hotéis cheios, um sol e calor “formidáveis” para satisfazer nossos visitantes. Até para aqueles que não têm seus empregos fixos, com carteira assinada, a época é de oportunidade para ganhar algum dinheiro.
Diante da inevitabilidade do Carnaval - que sempre será o xodó do brasileiro - e suas conseqüências, a coisa certa a fazer é, na medida do possível, aproveitar esse momento de lirismo e fantasia e relaxar. Gozar verdadeiramente a festa. Ver os amigos, tomar umas e outras, arriscar um ou dois passos de Frevo, subir e descer algumas ladeiras. Sempre com as devidas recomendações de evitar o exagero e não cometer nenhuma barbeiragem que leve ao posterior arrependimento.
EXCELENTE CARNAVAL PARA TODOS.