CENTRÍFUGA

23.8.06

A DAMA NA ÁGUA

A Dama na Água (Fantasia/Suspense, 110 minutos, EUA, 2006)
Título original: Lady in the Water.
Estúdio: Warner Bros.
Direção:
M. Night Shyamalan.
Roteiro:
M. Night Shyamalan.
Produção: M. Night Shyamalan e Sam Mercer.
Fotografia: Christopher Doyle.
Desenho de Produção: Martin Childs.
Figurino: Betsy Heimann.
Elenco: Paul Giamatti (
Cleveland Heep), Bryce Dallas Howard (Story), Freddy Rodríguez (Reggie), Jeffrey Wright (Mr. Dury), Bob Balaban (Mr. Farber), Sarita Choudhury (Anna Ran), Mary Beth Hurt (Mrs. Bell), M. Night Shyamalan (Vick), Bill Irwin (Mr. Leeds), Cindy Cheung, Joe Reitman.

Cleveland Heep é um homem solitário marcado por uma tragédia no seu passado. Vê a vida passar monótona e corriqueira trabalhando como zelador de um condomínio modesto e cheio de gente esquisita. Sua apatia é repentinamente quebrada quando descobre uma misteriosa mulher vivendo escondida entre as passagens sob a piscina do prédio (?!).

Se apenas essa introdução não for suficiente para afastar os mais cépticos e cautelosos de qualquer sala de cinema cujo letreiro traga o título desse filme, vale acrescentar que a dita mulher misteriosa é, na verdade, uma “narf” – uma ninfa aquática - que é perseguida por criaturas malignas (entre elas, um cachorrão com as costas cobertas de grama de jardim) que querem impedi-la de tomar sua condução (uma gigantesca águia à la Tolkien) de volta para o mundo de onde veio. Essa ninfa, sabe-se lá como, foi parar no nosso mundo para inspirar, por meio de pontadas de agulhas etéreas, um desconhecido escritor cujo livro terá um grande impacto, no futuro, em nossa sociedade. O nome do livro? “Livro de Culinária”.

O enredo absurdo foi baseado numa estória de ninar criada pelo próprio diretor/roteirista/produtor M. Night Shyamalan para seus filhos, o que talvez justifique o tom modorrento da película. E provavelmente aponta o motivo das “diferenças criativas” que o afastaram do seu antigo estúdio Disney, que realizou seus filmes anteriores.

As personagens são artificiais. Há uma construção psicológica rasa de cada um, apelando mesmo para uma fórmula-clichê: A velhinha boazinha, a fofoqueira de bobs e seu marido de pijamas, o crítico de cinema carrancudo etc. A própria “narf”, interpretada pela boa atriz Bryce Dallas Howard está perdida numa palidez e tristeza condizentes com o ambiente do filme.

O que poderia ser um conto de fadas moderno com uma levada de suspense e cheios de boas metáforas, termina descambando para uma colagem nonsense de algo que espelha de forma lúdico-trash o que vivemos nos dias de hoje. Não há sequer uma satisfatória moral da estória. O talento de Shyamalan existe, sem dúvida. Mas precisa urgentemente da visita de uma "narf" para desabrochar completamente.



Sergio Dourado

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Mais uma critica metendo o pau nesse filme. Mas, me perdoe, vou conferir mesmo assim. (risos)

00:39  
Anonymous Anônimo disse...

Assino embaixo, agora... derrapada feia do Shyamalan. Uma verdadeira bobagem cinematográfica.

23:56  
Blogger GeraldTheSaint disse...

Acho Shyamalan uma farsa. Muito marketing e pouco conteúdo parece participante do aprediz da record.. ahahah

12:56  

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