PARA QUE CONHECER?
A vida nada mais é do que um eterno aprender. Desde a mais tenra idade o ser humano inicia seu processo interminável na trilha do desenvolvimento cognitivo e intelectual. Um recém nascido pode até instintivamente buscar o peito da mãe nos seus momentos de estréia no novo ambiente. Mas não tarda a entender que seu choro serve muito mais do que seu silêncio ao buscar sua satisfação.
O caminho do descobrir é vasto e não chega a um ponto final. Alguns seguem lentos, outros mais velozes. Mas, invariavelmente, todos o trilham. Mesmo mergulhadas em paradigmas gastos, premissas falsas da realidade ou imbuídas da mais singela ignorância, as pessoas seguem seus caminhos de descobertas e desafios por toda a vida. Seus objetivos ultrapassam o simples sentido da saciedade primordial de suas necessidades básicas. Adentram patamares mais altos. A busca pelo conhecimento não cessa, assim como novos objetivos não deixam de surgir mais adiante. Tais fatos terminam por se relacionar todo o tempo.
Pobres daqueles que não enxergam no conhecimento a chave para alcançar aquilo de precioso que ambiciona. Nesse sentido é que surge a divisão entre aqueles que querem conhecer e aqueles que não sabem do que isso se trata. E nada mais injusto do que este fato. Afinal, inteligência todos os homens têm. Meios para buscar e se alimentar do conhecimento é que sempre é um privilégio de poucos. No Brasil e em vários países miseráveis do nosso planeta que sustentam a riqueza dos maiorais ditos “desenvolvidos”, o problema dessa ineficiência ao acesso ao conhecimento é colocado de forma ainda mais grave. E eficazmente é utilizado como uma forma de controle cruel das grandes massas de ignorantes pacificados. Nós, que driblamos tal status, e atingimos um certo grau de consciência diante de tais fatos, freqüentemente nos calamos e cruzamos os braços. Terminamos por escapar do adjetivo ignorante, mas caímos inexoravelmente na classe dos néscios.
Urge a hora em que doa a consciência dos intelectuais. Que se ultrapasse a simples (ou complexa) noção mercadológica da vida, e seja vislumbrado o ser humano definitivamente. Fechar os olhos não chega a ser sequer um paliativo digno de alguém que entende, um pouco que seja, o que a humanidade se tornou. Há uma legião de invisíveis por todo canto que precisam se tornar visíveis. Incontáveis idéias que precisam ser compartilhadas. Néscios que precisam acordar e agir.
Obs. Néscio X Ignorante
2 Comentários:
Assino em baixo! Mt fodaaaaa!!!
Paulo Freire está se contorcendo na tumba!
putz... o cara tem peso na "pena". Até sentimento de culpa eu tive agora. Vou refletir mais sobre esse assunto.
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