CENTRÍFUGA

31.7.07

VIDAS x MORTES

Vidas x Mortes

Em meio a tantos problemas, no Brasil, realmente não dá, para “gozar e relaxar”... Se não bastasse, essa crise aérea, e o acidente da Tam, para causar insônia, em muitos brasileiros, nós pernambucanos, temos ainda que enfrentarmos, a situação das greves dos professores estaduais, e pior que isso, a situação na saúde que agravou, de forma quase incontrolável...
As pessoas, buscam agora esperanças de vida, numa verdade, inconfortável, de ver, parentes, amigos, ou mesmo desconhecidos, porém, seres humanos, “Jogados” e “Espojados”, no chão, como roupas... E realmente, se “Lugar de lavar roupas é em casa”, acho, que nesse caso, estar precisando lavar, não só as roupas, mas, toda a casa!!!

Entre o desespero, e a dor de quem espera ser atendido, numa, sala, ou corredor de hospital, estar também a indignação, de muitos profissionais, que ralaram, se dedicaram, estudaram anos e agora optam em deixar o emprego, que para alguns, foi tão esperado... É difícil, julgar a vida dessas pessoas, pois, sabemos, que não reivindicam, apenas melhores salários, mas, estruturas físicas, recursos humanos e o principal: Equipamentos e remédios, além de outras coisinhas...
Mas, se esses médicos ao se formarem assumiram o compromisso e fizeram o juramento de salvar vidas, como podem ver pessoas, necessitando de atendimento e simplesmente, abandonarem o barco, no meio do mar? Há dois lados dessa história, realmente é lamentável, porém, como todo ser humano, precisam, “Sobreviver”, e se a greve não resolve, talvez, esse é o meio de demonstrar que não dá para continuar de braços cruzados, e assim, esperte o governo, e órgãos responsáveis pelo setor!

Cerca de 102 plantonistas já não estão realizando plantões, e mais de 15 neurocirurgiões do HR, pediram demissão. O Hospital Getúlio Vargas neste fim de semana, só realizou cirurgias em pacientes que já estavam internados, e não estão marcando nenhuma mais.
Em nota no Caderno de Cidades do JC de hoje (31.07.07), nos dão a seguinte esperança: “O Estado publica hoje no diário Oficial, o edital de contratação de serviços, em clínicas e hospitais particulares para suprir a carência de profissionais desde que os plantonistas começaram a se demitir, a 11 dias...A necessidade maior é no setor de traumatologia e cirurgia vascular...Já a Federação dos Médicos (Fenam) não aceita a atitude do governo, nem suas propostas. Hoje ás 19:30, em Assembléia, na Associação Médica de Pernambuco os profissionais decidirão se irão aceitar a proposta do governo”, Estaremos ligados...

O procurador geral do Estado, Tadeu Alencar disse que era preciso que o estado garanta o atendimento dos pacientes até que se ache uma solução. “Estamos lidando com um bem, que é a vida. Considero o comportamento dos médicos insano, irresponsável", criticou o procurador geral do Estado, e acrescenta ainda "Na educação nós temos como repor aulas, mas no caso de uma morte não há solução", comparou Alencar. O estado também preparou uma representação endereçada à Procuradoria Geral de Justiça para que o Ministério Público apure a prática de infração penal que supostamente estaria sendo levada à frente pelos médicos. "Se daqui a pouco começarem a morrer pessoas, de quem será a culpa?", questionou Alencar.

Julgar o comportamento dos médicos a essa altura do campeonato, talvez não seja, a maneira mais estável de resolver, esta situação, pois, se caso chegou, ao estado crítico que estamos passando, essa irresponsabilidade, não surgiu dos médicos, e sim de uma má organização desde atuações anteriores, e continuadas até o presente, momento. De fato não dá apontar de quem é a culpa, ou jogar o dado para cima para fazer o sorteio, e sim, como o próprio Alencar diz, espero que ajam enquanto não piora a situação, e que não fiquem apenas num, disse, e me disse. Já o secretário executivo de Assistência à Saúde, Humberto Antunes, disse a semana passada que a situação está sob controle e descartou colapso nos serviços de saúde pública. ( Agência Brasil)....Mas, não é bem o que parece!

Por: Élida Mª

26.7.07

TRAGÉDIA NACIONAL

Uma coisa é certa. O acidente da TAM representou uma mudança na cobertura da grande mídia, e acredito, ficará na história.Diferente de 1996, noutro acidente com a mesma empresa, não tivemos tanto espaço, tanta gente e máquina fotográficas acompanhando a tragédia brasileira.

Sites de grandes empresas midiáticas colocavam espaços para que os cidadãos comuns enviassem suas imagens, informações que pudessem acrescentar ou não, as coberturas jornalísticas.

Orkut com fóruns de discussão e Youtube fazem a diferença desta vez. As emissoras de TV e Rádios mobilizaram suas equipes. A Band saiu na frente, seguida da Record e Globo que em seguida tentou tomar a dianteira da cobertura.
A Rede Record após conseguir um novo espaço no Rio Grande do Sul, ao comprar a Rede Guaíba(TV e Rádio) e Correio do Povo (Impresso), pode ampliar ainda mais o acompanhamento da maior tragédia da aviação do país.

Claro que abusos e equívocos acontecem. Como dizem alguns, notícias ruins vendem mais e atraem a audiência e assim, todos os grandes veículos de comunicação correram atrás de outras pautas, como os parentes das vítimas, o que estes comeram antes de morrer, os projetos de vida, e algumas bizarrices desnecessárias, entre outras coisas. Câmeras em planos fechados, gritos e lágrimas, quanto mais drama melhor, segundo àqueles que definem o que pode ser escrito e mostrado, os gatekeepers.

Talvez uma forma de recuar na tentativa excessiva de culpar o Governo Lula pela tragédia. Sabemos que o acidente tem outras causas, técnicas e de interesses econômicos, haja vista os crescentes números conseguidos pelas empresas de aviação no país. Mas a mídia apesar de alguns equívocos conseguiu cumprir seu papel. Difícil deve ter sido o trabalho do locutor de uma rádio em Porto Alegre que transmitiu aos familiares em primeira mão a lista dos mortos, embora mereça aplausos por cumprir o dever de levar a informação e o seu compromisso social..

Claro que queremos saber que são os culpados, mas na minha modesta opinião, esta resposta vai demorar um pouco a aparecer. Melhor assim que não se faça injustiças. Será um momento de tolerância dor e esperança. Não podemos esquecer do brilhante trabalho dos bombeiros, que durante horas lá trabalhavam na busca dos entes queridos de tantos brasileiros. Enfim, temos e precisamos seguir em frente.



klever schneider

24.7.07

Welcome to Brazil

por Guilherme Scalzilli
Na noite de 13 de julho, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos, Lula sofreu um acachapante dissabor público. Os milhares de apupos que ecoaram no Maracanã lotado destruíram a fantasia de infalibilidade que as pesquisas de opinião trouxeram ao presidente. Graças à blindagem ilusória, ele estava indesculpavelmente despreparado para expor-se em situação de tamanha periculosidade, num evento imprevisível, organizado por raposas notórias, em cidade governada por um sagaz adversário político, diante de audiência historicamente indisciplinada e hostil. Ademais, o petista recuou diante de um embaraço que em outros tempos contornaria com a reconhecida habilidade oratória. Seu estupor, típico da soberba ferida, deixou o constrangimento irreversível e deu às vaias aparência de improviso.
Parece repetitivo insistir nas pesquisas de opinião para jogar suspeitas sobre a sinceridade e a espontaneidade da manifestação, mas os números são incisivos demais. A aprovação pessoal de Lula atingiu espantosos 66% em julho (CNI/Ibope), enquanto o governador Sérgio Cabral obteve 48% entre os cariocas (Datafolha). No entanto, apenas o prefeito César Maia (32% de aprovação na capital) foi aplaudido na cerimônia. O choque entre as estatísticas e a estranha seletividade da platéia reforça-se quando consideramos o ambiente apolítico e ufanista, quase homogeneamente festivo, que domina cerimônias afins.
A preparação do evento continua mergulhada em mistérios desnecessários. Por que sabemos tão pouco sobre a atuação de funcionários municipais na organização da festa? É verdade que o recrutamento dos voluntários privilegiou as bases eleitorais do casal Garotinho e do prefeito Maia? Houve realmente as tais reuniões fechadas para instrução de servidores e militantes partidários? Como ocorreu o treinamento dos voluntários, que, durante o ensaio geral, no estádio quase vazio, já demonstravam predisposição para vaias e aplausos idênticos aos ouvidos na abertura?Previsivelmente, a mídia oposicionista ignora esses questionamentos, guardando a energia investigativa para outras conveniências. Tanto faz. O verdadeiro significado das vaias ilustrará a posteridade, acima de picuinhas ideológicas, através de sua camada mais visível, crua e indisfarçável: o vexame generalizado.Apanhado isoladamente, vaiar Lula e Cabral constitui um gesto legítimo de catarse coletiva. Entretanto, no contexto da cerimônia de abertura, embotou uma festa milionária e arruinou um protocolo consagrado em solenidades internacionais. Essas demonstrações de anarquia tropical podem até parecer divertidas e serelepes no calor do momento, mas a observadores rigorosos revelam apenas falta de educação. É o tipo de comportamento selvagem que compõe o anedotário universal da Banânia, a republiqueta imaginária que desconhece princípios morais e regras de conduta.Dias antes da vergonha, um estadunidense imbecil foi atacado por insultar os brios tupiniquins. “Welcome to Congo”, escrevera ele aos conterrâneos. Pois nada semelhante ao ocorrido na noite de sexta-feira acontece nos EUA, tampouco em nações menos venturosas, apesar dos eventuais problemas que as acometam. Mesmo quando alheios ao patriotismo tolo, seus cidadãos valorizam a própria imagem perante o mundo. Sabem que prestigiar empreendimentos de grande visibilidade é também uma forma de valorizarem a si mesmos. E entendem que, na lógica do cerimonial terráqueo, aquele bípede bem vestido sublima o indivíduo para simbolizar uma instituição da República.
A preparação do evento continua mergulhada em mistérios desnecessários. Por que sabemos tão pouco sobre a atuação de funcionários municipais na organização da festa? É verdade que o recrutamento dos voluntários privilegiou as bases eleitorais do casal Garotinho e do prefeito Maia? Houve realmente as tais reuniões fechadas para instrução de servidores e militantes partidários? Como ocorreu o treinamento dos voluntários, que, durante o ensaio geral, no estádio quase vazio, já demonstravam predisposição para vaias e aplausos idênticos aos ouvidos na abertura?
Previsivelmente, a mídia oposicionista ignora esses questionamentos, guardando a energia investigativa para outras conveniências. Tanto faz. O verdadeiro significado das vaias ilustrará a posteridade, acima de picuinhas ideológicas, através de sua camada mais visível, crua e indisfarçável: o vexame generalizado.
Apanhado isoladamente, vaiar Lula e Cabral constitui um gesto legítimo de catarse coletiva. Entretanto, no contexto da cerimônia de abertura, embotou uma festa milionária e arruinou um protocolo consagrado em solenidades internacionais. Essas demonstrações de anarquia tropical podem até parecer divertidas e serelepes no calor do momento, mas a observadores rigorosos revelam apenas falta de educação. É o tipo de comportamento selvagem que compõe o anedotário universal da Banânia, a republiqueta imaginária que desconhece princípios morais e regras de conduta.
Dias antes da vergonha, um estadunidense imbecil foi atacado por insultar os brios tupiniquins. “Welcome to Congo”, escrevera ele aos conterrâneos. Pois nada semelhante ao ocorrido na noite de sexta-feira acontece nos EUA, tampouco em nações menos venturosas, apesar dos eventuais problemas que as acometam. Mesmo quando alheios ao patriotismo tolo, seus cidadãos valorizam a própria imagem perante o mundo. Sabem que prestigiar empreendimentos de grande visibilidade é também uma forma de valorizarem a si mesmos. E entendem que, na lógica do cerimonial terráqueo, aquele bípede bem vestido sublima o indivíduo para simbolizar uma instituição da República. Imaturo e caricato, o público do Maracanã mostrou-se despreparado para abrigar um evento de porte continental. Não foi “irreverente”, como quiseram alguns; foi patético. Misturou atuação política e macaquice jeca, militância e torcida de futebol. Purgou-se dos dissabores ideológicos com uma afronta omissa, que poucos ousam repetir à luz do dia. Trocou o tédio do ritual civilizado, rara chance de fingir alguma dignidade, pelo carnaval grotesco da autofagia desdenhosa. Conhecemos há tempos o perfil dessa multidão ignorante, dotada de posses, que se despiu da empáfia para uivar no escuro. Estão ali justamente os maiores críticos do país, cujo atraso amaldiçoam com a superioridade dos cosmopolitas. Não por acaso, são os mesmos pugilistas do falso moralismo, que defendem soluções antidemocráticas para sanear os males da corrupção alheia, desde que as próprias benesses permaneçam garantidas.È o “ishpérrto” do jeitinho carioca, burguês folgado e malicioso, dado a contravenções. São as profissionais liberais reacionárias, histéricas e debochadas, que finalizam discussões comendo dedos de esquerdistas. E também as madamas grosseironas, com seus maridos brucutus, distribuindo cotoveladas, insultos e propinas para garantir melhores lugares em filas, assentos e mesas. E ainda as jovens raquíticas, amedrontadas pelo povaréu fedido, agarradas aos namorados almofadinhas, confessando saudades de Bariloche, Aruba ou Miami. E os sábios da imprensa-de-crachá, os convidados de autoridades insignificantes, os apadrinhados da burocracia enferma, todos escancarados em sua vulgaridade, soltando gargalhadas mefistofélicas ante o que julgavam ser um “momento histórico”, o “risco no teflon”, a suprema humilhação do lulo-petismo. Imaturo e caricato, o público do Maracanã mostrou-se despreparado para abrigar um evento de porte continental. Não foi “irreverente”, como quiseram alguns; foi patético. Misturou atuação política e macaquice jeca, militância e torcida de futebol. Purgou-se dos dissabores ideológicos com uma afronta omissa, que poucos ousam repetir à luz do dia. Trocou o tédio do ritual civilizado, rara chance de fingir alguma dignidade, pelo carnaval grotesco da autofagia desdenhosa.
Conhecemos há tempos o perfil dessa multidão ignorante, dotada de posses, que se despiu da empáfia para uivar no escuro. Estão ali justamente os maiores críticos do país, cujo atraso amaldiçoam com a superioridade dos cosmopolitas. Não por acaso, são os mesmos pugilistas do falso moralismo, que defendem soluções antidemocráticas para sanear os males da corrupção alheia, desde que as próprias benesses permaneçam garantidas.
È o “ishpérrto” do jeitinho carioca, burguês folgado e malicioso, dado a contravenções. São as profissionais liberais reacionárias, histéricas e debochadas, que finalizam discussões comendo dedos de esquerdistas. E também as madamas grosseironas, com seus maridos brucutus, distribuindo cotoveladas, insultos e propinas para garantir melhores lugares em filas, assentos e mesas. E ainda as jovens raquíticas, amedrontadas pelo povaréu fedido, agarradas aos namorados almofadinhas, confessando saudades de Bariloche, Aruba ou Miami. E os sábios da imprensa-de-crachá, os convidados de autoridades insignificantes, os apadrinhados da burocracia enferma, todos escancarados em sua vulgaridade, soltando gargalhadas mefistofélicas ante o que julgavam ser um “momento histórico”, o “risco no teflon”, a suprema humilhação do lulo-petista. Pobres diabos. Vaiaram-se ao espelho.

Guilherme Scalzilli historiador e escritor. Autor do romance “Crisálida” (editora Casa Amarela)."http://www.guilherme.scalzilli.com.br“Crisálida” (editora Casa Amarela). www.guilherme.scalzilli.com.br

4.7.07

Eles que nos aguardem....Vem aí a hora da faxina!

Eles que nos aguardem....Vem aí a hora da faxina!

Caminhamos realmente para o abismo. As manobras políticas do senador Renam Calheiros provam isso. Os seus colegas mais próximos fizeram de tudo para prolongar ainda mais o início da CPI que analisaria a sua situação. Diante de tantas maracutaias, como já tentamos algumas vezes descrever nas linhas que são publicadas no Centrifuga, mostram um certo comodismo de nossa população. Será que temos o país que merecemos? Ou somos reféns de um coronelismo impregnado em todos os lugares, seja nas grandes metrópoles seja nos municípios mais longínquos. Volta e meia, a palavra ética circula entre a população, entre os artistas, entre os comunicadores, entre os próprios políticos. Mas o que prevalece, é o jogo de cena, cada um puxando para o seu lado, seu time, seu grupo. A ética vai para as cucuias. Percebemos que no momento que algum escândalo político aparece na grande mídia, os nobres deputados, senadores, vereadores aproveitam ao máximo na eterna luta maniqueísta, de mocinhos e bandidos, o bem e o mal. O engraçado é que nos períodos eleitorais, os mesmos gladiadores estão juntos no palanque, sorriso nos lábios e tapinha nas costas. Ficamos sem entender a tal ética, a tal fidelidade ideologia. Cada um, na sua sã consciência, no seu ideário, entende que há um grande abismo entre a teoria e o belo discurso e prática visível, onde o que interessa é o poder, aliado ao dinheiro, furto de uma ganância capitalista.


Vivemos sim numa sociedade do ter em vez da sociedade do ser. Então quanto mais aliados importantes melhor, os caciques continuam dominando e só você fala deles, muito cuidado Terá dificuldades para empreender seu negócio, para conseguir emprego e tantas outras armadilhas. E assim, os cidadãos enfrentam buracos nas estradas, recebem uma educação medíocre em todos os espaços, deixamos de ser críticos, faz todas as orações para que os hospitais não fechem por culpa de má administração e continuamos esperando. Turismo em alguns lugares é mero espaço para uma espécie de cabide de empregos, o que vale e dá voto e o assistencialismo, quanto mais cesta básica entregue melhor. Nada contra, mas um cidadão precisa bem mais que isto. Pois é caros internautas, hoje, a escravidão e a dependência que sofremos é outra. Os coronéis e as corporações mandam e desmandam, claro, de forma mais velada. Estas figuras vão dar um jeitinho de aparecer nas colunas sociais ou de alguma forma em algumas linhas do jornal. Terão solução para tudo. Por tanto, estamos a um ano da corrida eleitoral para as prefeituras., Muito cuidado! A próxima eleição será o momento da resposta e da faxina. Eles que nos aguardem.


Klever Schneider