CENTRÍFUGA

30.5.06

O Futuro da TV nos Celulares


No intuito de provocar novos olhares sobre a TV Digital e a tecnologia, não podemos esquecer dos aparelhos celulares. Em matéria do site Comunique-se, o assunto é abordado por Antonio Brasil.


Pesquisas recentes nos EUA, indicam que mais de 2 milhões de americanos já assistem regularmente à TV móvel. Os especialistas também estimam que os negócios com TV móvel atingirão a cifra de 27 bilhões de dólares em 2010 somente nos EUA. No Brasil, não há pesquisas ou estimativas precisas. Mas os nossos velhos radiodifusores conhecem muito bem o potencial da TV em celulares e não querem arriscar um modelo de gestão que garante monopólios hereditários e altos lucros.

Afinal, o celular pode ser para a televisão o que radinho de pilha foi para o rádio. Nos anos 50 todos anunciavam a morte do meio radiofônico. Grande e estático, não conseguiria enfrentar as investidas de um novíssimo e poderoso meio de comunicação de massa: a televisão. O fim do rádio era anunciado e considerado inevitável.

Pois foi uma nova tecnologia, o transistor nos radinhos de pilha ou nos rádios em veículos que garantiram a sobrevida do meio. Não seria mais hegemônico. A televisão, mesmo com uma péssima imagem e com os mesmos programas produzidos pelo rádio, em poucos anos, se tornaria líder de audiência.

Para sobreviver, o rádio teve que desenvolver uma nova linguagem mais ágil, mais barata e criativa. Com a ajuda do telefone reinventaria a interatividade e com a mobilidade estaria ao lado do ouvinte em todos os lugares.
Hoje, o meio radiofônico se reinventa novamente em sistema digitais via satélite ou em novíssimos Ipods. Não compete, mas convive com a TV e ainda garante a seus proprietários grande audiência e bons lucros. A televisão não matou o rádio. Mas obrigou-o a se “reinventar”.

Agora, um processo histórico semelhante pode estar acontecendo com a TV. A velha história é sempre uma boa referencia para entender o presente e prever o futuro.

Para desvendar esse futuro, a revista do New York Times publicou neste final de semana uma excelente matéria de capa sobre a TV nos celulares: The shorter, faster, cruder, tinier TV Show, que poderia ser traduzido como “Programas de TV mais curtos, mais rápidos, simples e menores”. O título resume muito bem o longo conteúdo. O futuro da televisão talvez não esteja nas promessas de uma TV digital com imagens de alta definição com a mesma programação de sempre. Mais importante do que a qualidade da imagem seria a mobilidade, o acesso fácil em qualquer lugar e a criatividade ou originalidade do conteúdo.

Para os jornalistas do NYT, mesmo com restrições e desvantagens, o desafio do futuro da TV passa essencialmente pelos celulares. Com a introdução cada vez maior dos sistemas de transmissão de Internet em banda larga, assistir à TV e vídeos na rede, já são consideradas práticas normais e estabelecidas. A próxima grande fronteira da TV, no entanto, estaria nos celulares.

Para concretizar essa migração digital, ainda é necessário melhorar a transmissão e criar novos conteúdos específicos para o novo meio. Por um lado, ainda podemos transmitir o mesmo conteúdo de sempre nos celulares. O exemplo dos jogos na Copa do Mundo se encaixa nessa opção. Por outro, temos que experimentar uma nova linguagem específica para conquistar um novo público formado principalmente, por jovens, que não vivem mais sem Internet ou celulares.

Nesse setor, a rede MTV– Music TV, sempre pioneira em inovações e reinvenções, saiu na frente. O artigo descreve os esforços dos executivos da rede americana para produzir conteúdo específico para celulares. Agora, imagine as dificuldades para os produtores de TV tradicional, mesmo para os profissionais da MTV, executivos que sabem tudo de TV, para desenvolver o potencial e ultrapassar os limites da TV em celulares.

Antes de tudo, esses produtores de TV lutam contra suas próprias certezas. Precisam esquecer quase tudo que acreditam e reinventar o meio. Mas os futuros sucessos, tanto na TV, na Internet, como nos celulares, serão certamente produzidos por jovens que jamais foram formados ou “dominados” diante da tela de TV.

Para eles, a experiência de produzir ou assistir vídeos “esdrúxulos” na Internet ou nos celulares se confundem. Tanto faz. Não há monopólios de produção e experimentação na rede. Tudo é possível. Tudo pode fazer sucesso. Para esse novo público, o bom conteúdo é rapidamente divulgado e consumido. Eles se afastam das certezas da TV que se tornou aquele grande e imóvel “mostrengo” com uma programação chatíssima. Um meio de comunicação assistido por velhos e dominado pela autoridade ou censura dos pais.

Para esse novo público, assistir a televisão na Internet ou nos celulares tornou-se uma experiência restrita, exclusiva e “pessoal” que pode ser compartilhada por uma pequena ou uma enorme rede amigos ou desconhecidos. Tanto faz. O sucesso nos vídeos ou programas de TV na Internet ou nos celulares é para ser “efêmero”. Custa pouco e dura ainda menos. Mas não dá prejuízos a seus produtores-experimentadores.
Certamente o celular será a menina dos olhos e atrairá um outro leque do mercado. Com isso um grande número de empresários darão um jeitinho para lucrar. Vamos torcer, que este novo espaço seja ocupado por profissionais competentes, com idéias que não tenham o objetivo de alienar. Deixemos isto com a Televisão e com a mídia fútil.
Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

25.5.06

QUANDO UM MITO CAI

Podemos passar a vida inteira tentando entender as pessoas e certamente chegaremos à conclusão de que isso é impossível. Entender a si mesmo já seria, por si só, uma grande conquista. Freqüentemente nos pegamos praticando atos surpreendentes e não condizentes com o que somos de fato (ou com a idéia que fazemos de nós mesmos). Em relação aos outros isso constitui uma cilada ainda mais matreira. Quem nunca foi pego de surpresa com uma atitude inesperada vinda de alguém que julgávamos conhecer profundamente?

As pessoas são estranhas. E nas metrópoles isso é ainda mais evidente. Como diz o meu professor de Sociologia, os seres humanos de hoje em dia, que vivem nas grandes cidades, estão desenvolvendo uma personalidade esquizóide. E o que vem a ser isso? Segundo o psiquiatra Geraldo José Ballone, este tipo de distúrbio é verificado em pessoas que exibem um (...) constante desconforto nas interações humanas, uma excentricidade de comportamento e pensamento (...) O esquizóide (...) dá a impressão de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com os acontecimentos cotidianos e com as preocupações alheias, normalmente ele tem pouca necessidade de vínculos emocionais. Desta forma constatamos serem os moldes basais dos vínculos entre os nossos semelhantes: cada vez mais tênues e frágeis.

Desconcertante, entretanto, são aqueles fatos que acontecem nos âmbitos que insistimos em qualificar de "terrenos seguros"; mesmo quando toda a experiência cotidiana nos mostra que tais espaços não passam de mera utopia. Surge irresistível a tentação de acreditarmos piamente em outro ser humano. Pior ainda incidir no erro de mitificar alguém. De colocar um outro ser de carne e osso num patamar ideal e irretocável. Quase ninguém merece deferência de tal grandeza. Mas quedamos nessa tentação repetidas vezes. Seja em relação a um artista ou ídolo cuja imagem pasteurizada nos é imposta pela comunicação de massa, seja em relação àquele grande amigo ou familiar que sempre se mostrou de reputação e caráter ilibados. Ninguém é perfeito. Isso é um fato. E realce-se a garantia quase que cedo ou tarde a verdadeira face há de surgir impávida para assombrar aos mais desavisados.

Não prego aqui a desconfiança generalizada. Tão pouco a descrença no próximo ou amargura. Apenas proponho uma cautela permanente, a fim de aplacar a ansiedade que nossa tendência esquizóide pós-moderna insiste em nos provocar. Nesse novo espaço de fluxos, em que somos obrigados a viver e interagir, não sobra muita vaga para demandas utópicas ou mundo de fantasias. Torna-se mais fácil lidar com um fato quando este é conhecido. Conhecemos as pessoas que nos cercam. Precisamos, entretanto, ultrapassar o verniz aparente a fim de rompermos as barreiras da superficialidade. Entender os defeitos alheios, ao invés de expurgá-los da existência ideal que fazemos de alguns.

Passando para uma primeira pessoa incisiva, findo este texto com um depoimento.
Recentemente, um mito caiu diante dos meus olhos. Alguém que eu punha num pedestal de mármore mostrou sua verdadeira face. E era feia. Pior para mim pois, além do fato não ter acontecido de uma hora para outra, me prendi ao velho clichê de "tapar o sol com a peneira" (perdoem-me a expressão) e procurei a todo custo manter a imagem do grande amigo intacta, apesar dos chamamentos à ordem perpetrados por conhecidos e desconhecidos. Mas, como todo mundo chega a um limite do suportável, eu sofri a experiência de ter que abrir forçosamente os olhos e encarar o bicho de frente. Mas reconheço que hoje sofro por minha própria conta e reconheço a culpa que me cabe. A dor maior não vem do fato de enxergar a verdade, mas da pena que sinto por conta desse antigo amigo ser do jeito que é. Ele é uma completa antítese centrada em si mesmo. Deve sofrer muito em diversos aspectos e mostra definitivamente que não consegue lidar com suas frustrações. Não queria fechar as portas diante do fato. Mas minha auto estima fala mais alto. Espero que um dia as coisas melhorem.

por Sérgio Dourado

Quem cochicha o rabo espicha, quem fuça...


Hoje falarei sobre uma categoria emergente na atual sociedade contemporânea. Os Fuçadores, não me refiro a nenhum animal irracional que age por instinto, mas sim pelos ditos seres humanos que são racionais, sociais e dotados de sentimentos e faro para distinguir o certo do errado. Talvez isto lhe cause curiosidade, por isto, nada melhor do que acompanhar com os olhos as humildes linhas escritas abaixo.

Quando o nariz fuça onde não deveria, alguém pode sair incomodado e reações adversas podem acontecer. Entre elas, costas para as fuças, falsa cegueira e outras reações que infelizmente não poderei colocar neste espaço, em respeito àqueles que chegam neste blog, para refletir e não merecem ficar sabendo das outras ramificações ou tipos desta realidade que nos cerca.

Com certeza você já ouviu, “não meta o nariz onde não é chamado”. Existe uma quantidade relevante de “personas non grattas”, que se preocupam demais com vidas alheias e acabam contribuindo para o afastamento e a indignação. Ao deixarem de lado as suas vidinhas perfeitas, projetam no outro o que gostariam de ser e não conseguindo agem como vampiros ou vizinhas fofoqueiras atrapalhando todo o convívio de um grupo. E o pior é que os narizes fuçadores se irritam quando percebem que as pessoas atingidas sabem se defender.

Certo dia, li que nos chateamos ou magoamos quando damos importância para este tipo de coisas. Nos incomodamos, porque para nós isto é importante. O valor que damos as coisas é que determinam essas situações chatas e patéticas. Então só resta uma saída, dar as costas para esses fuçadores ou uma falsa cegueira, ou seja, fingirmos que tais seres menores, não existem. Eu vejo e enxergo o que eu quero, “o que eu não quero eu abstraio”, como diria Doraci, a vizinha do 201.

Deste dia em diante, mudei “um pouco” a forma de encarar as situações. Digo um pouco, pois para atingir um estágio perfeito levarei algum tempo. Ainda bem que acordei. Ignorarei tipos como os citados acima. Quero me tornar um cidadão melhor neste cyberespaço em que vivemos, onde competição, os juízos de valores, a inveja burra e a demência persistem. Cada um deveria cuidar do que é seu, portanto cuidemos de nossos narizes.

Somos obrigados a competir e com isso nos afastamos do outro, por ignorância ou pela falta de capacidade em entender esse mecanismo chamado de relação interpessoal. Mas ainda é possível revertermos isto, pelo menos deixando de lado o fuçamento onde não somos chamados ou não nos dizem respeito. Certamente alguns se perguntariam, como começar? Muito simples, agir e cuidar do que lhe diz respeito.




Podemos é claro, falar daqueles que realmente querem o nosso bem. Aí sim o fuçamento é válido e nos sentimos bem, porque alguém quer cuidar da gente. Esse alguém fuça positivamente em nossa vida, não é um sangue suga como o que já fui mencionado aqui. O que falta no ser humano é esse pensamento. Temos de evoluir, crer num mundo mais justo e mais honesto, mais ético. Sempre é possível mudar, basta dar o primeiro passo e isto só depende de você.

O espaço que temos para cumprirmos nossas obrigações está cada vez menor. Porque devo fuçar o que não me diz respeito? Abram os olhos, porque senão você Fuçador acaba ficando para trás.
Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

22.5.06

O Código Da Vinci

O Código Da Vinci (The Da Vinci Code) EUA, 2006

Codigo Da VinciSINOPSE: O filme trata da morte misteriosa do curador do Louvre, que pertencia ao Priorado de Sião, uma sociedade secreta, e guardava o segredo do Santo Graal e de mensagens cifradas sobre o assunto que estariam nas obras de Leonardo Da Vinci. Este não seria um cálice (como se buscava na Idade Média), mas a própria Maria Madalena, que teria casado com Jesus e constituído uma linhagem carnal. A partir deste assassinato se desenvolve toda a trama.

O polêmico best seller de Dan Brown foi para as telas finalmente. E, como em toda adaptação cinematográfica, há certas discrepâncias. No todo, entretanto, a estória foi contada. O início do filme foi corrido, como se o diretor estivesse querendo "escapar" do Louvre de uma vez. As tramas foram bem reconstruídas, permitindo que aqueles que não haviam lido o livro conseguissem acompahar sem problemas o desenrolar da película. A promessa de um eletrizante thriler de ação ficou meio que no esquecimento. De fato, há certa dose de correrias, tiros, perseguições e efeitos visuais bem elaborados. Mas percebe-se a preocupação quase didática do diretor em explicar a estória, desacelerando de vez em quando para dar tempo do espectador assimilar e digerir as informações.

Audrey Tautou está ótima encarnando a bela Sophie Neveu, que se envolve com o historiador americando Robert Langdon (Tom Hanks com um penteado esquisito) para descobrir quem matou o curador do Museu do Louvre, Jacques Saunière. Jean Reno encarna o incansável investigador francês Bezu Fache, que tenta a todo custo prender os heróis da trama. Destacam-se ainda Ian McKellen como Sir Leigh Teabing especialista no Santo Graal, que termina por juntar-se a Langon e Neveu na aventura de desvendar os mistérios do Código Da Vinci, e Alfred Molina, como o Bispo Manuel Aringarosa.


Elenco: Tom Hanks (Robert Langdon), Audrey Tautou (Sophie Neveu), Jean Reno (Bezu Fache), Ian McKellen (Sir Leigh Teabing), Alfred Molina (Bispo Manuel Aringarosa), Paul Bettany (Silas), Jürgen Prochnow (André Vernet), Etienne Chicot (Lt. Collet), Jean-Pierre Marielle (Jacques Sauniere), Clive Carter (Inspetor), Seth Gabel (Cleric), Marie-Françoise Audollent (Irmã Sandrine), Jean-Yves Berteloot (Remy), Daisy Doidge-Hill (Sophie), Christopher Fosh (PC Edwards), Joe Grossi (Oficial Church), Dhaffer L'Abidine (Agente PTS), Michael Norton (Detetive Francês), Peter Pedrero (Pai de Silas Jovem), Harry Taylor (Inspetor)
Roteiro: Dan Brown, Akiva Goldsman
Direção: Ron Howard



por Sérgio Dourado

21.5.06

Um olhar mais crítico


Recebemos a colaboração de mais um colega, isto é importante para que possamos conhecer outras formas de escrita e pensamento. Quando se fala em visão de mundo, valores, dogmas, toda reflexão é válida. Vejamos nas linhas abaixo, um questionamento que deve ser motivo de mais aprofundamento. Aos amados e abençoados da Filosofia.

"O que é importante para teu vizinho? Sim, para esse que está ai ao seu lado. Quais os valores de vida que ele leva em conta? Como é a visão de mundo dele?"
Se tu fazeis estes questionamentos, CUIDADO!, pois estás evoluindo. A evolução é perigosa, deixa-nos mais críticos e responsáveis pelos nossos atos. Tua conta fica mais cara. No momento que percebemos o que de fato é valoroso, o que temos que fazer para ser valoroso e o que já fizemos para ser valoroso, tornamo-nos supervisores de atos nossos e alheios, e devemos responder como tais. Talvez pudéssemos classificar este cargo, como uma "CHEFIA DE VALORES".
Pois é, tenhas cuidado com a evolução, tu responderás seriamente por isso. Haja vista que no mundo cujo os preceitos gerais são questionáveis, os juízos de valores estão ao avesso, as pessoas não fazem com os outros o que gostaríam que fizessem consigo, e tu se sobressai neste redemoinho de atos torpes, terás uma responsabilidade cara a ser cumprida.
Rodrigo de Magalhães
Aluno de Comunicação Social da Faculdade Maurício de Nassau

20.5.06

Paixão Nacional

A Copa do Mundo está chegando, e com ela vem todo aquele nacionalismo futebolístico exacerbado, o verde e amarelo toma conta das ruas e deixamos temporariamente de ser o País do Carnaval para ser o País do Futebol. Sinceramente, prefiro a primeira definição. Já comentei en passant o quanto detesto esse esporte, mas não há melhor hora para isso do que agora. Eu estaria mentindo se dissesse que não vejo jogos. Mas isso só acontece durante as Copas Mundiais, e ainda assim se não tiver nada mais interessante para fazer. A final da última Copa mesmo foi maravilhosa. Aconteceu de madrugada e eu nem me abalei da cama para assistir ao Brasil conquistando o Penta. Vou citar três motivos pelos quais não gosto de futebol. Um é que eu sou muito inquieto, e não tenho um mínimo de paciência para agüentar mais de uma hora e meia de um jogo que não tem quase nenhum clímax, às vezes nenhum, quando a partida acaba no zero a zero (o que já ouvi definirem como masturbação sem desfecho). O outro, é que não dá pra confiar num esporte quando este foi corrompido pelas grandes marcas anunciantes. Se não souberem do que estou falando, basta lembrar da palhaçada envolvendo a Nike na Final da Copa de 98, quando doparam de forma cavalar nosso principal artilheiro para dar à França a oportunidade de ser campeã em casa. E o terceiro é que os arredores dos estádios deixariam Dante com vergonha de sua Divina Comédia, tamanho o inferno que viram. Portanto, que me perdoem os milhares de fanáticos brasileiros, principalmente os que xingam e se descabelam durante os jogos, mas da minha parte, vou torcer para o Brasil continuar apenas com o título de país do Carnaval, ou adotar algum esporte menos sacal como paixão.
por DIEGO ARCOVERDE (blog 300 palavras)
o autor é estudante de Jornalismo da UNICAP.

18.5.06

Electro 111

17.5.06

Código da Vinci Gera Polêmica

O Centrifuga é um espaço livre e buscar as mais variadas informações e propõe discussões. O Cinema é algo que merece espaço neste Blog. Se lembrarmos bem, Mel Gibson e sua Paixão de Cristo provocaram polêmica. Agora outro filme promete balançar as estruturas da Igreja Católica.

Desta vez os bispos Católicos das Filipinas entregaram aos sacerdotes e fiéis um conjunto de diretrizes para desmentir a trama do romance religioso “O Código da Vinci” que se prepara para o lançamento do filme nos cinemas. A sétima arte tem o poder de mover ações e levantar discussões.

A polêmica está ligada ao fato de Dan Brown, autor do livro, colocar no eixo central um filho que Jesus Cristo teria tido com Maria Madalena. Na declaração, os poderosos bispos filipinos lembraram aos fiéis que o livro é uma obra de ficção, e também lançaram um guia sobre como tratar as questões apresentadas no livro, que inclui refutações detalhadas das afirmações feitas no livro.

Mais de 80 por cento da população filipina, de 85 milhões de habitantes, é formada por católicos. O mais engraçado de tudo isso é que existem tantos problemas que a Igreja Católica poderia intervir e não faz. E ainda perde-se tempo questionando uma obra de ficção apenas porque possui argumentos contrários aos da Igreja. Ainda bem que ninguém será queimado desta vez. A arte é livre e deve ser respeitada. A arte é libertadora, transgressora.

Neste momento cabe perguntar, porque a Igreja não retoma os debates sobre a homossexualidade, o aborto, a camisinha, a fome?

No Brasil, muitos estudantes, cinéfilos e curiosos estão aguardando a estréia do filme prevista para o dia 19. Vamos esperar para ver como será a recepção. É certo que muitas faíscas, reclamações e protestos trarão ao fime bons lucros.

Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

13.5.06

TV DIGITAL - O que a grande mídia não discute

Quem pensa que a digitalização do rádio e da TV é uma questão técnica como aparenta, está enganado. A GRANDE MÍDIA manipula ao focarem suas reportagens nos padrões tecnológicos. Os modelos que sempre ganham atenção é o Japonês, Europeu e o Americano.

Como estudantes de Comunicação Social precisamos estar atentos e percebermos que a questão é política, pois traz a possibilidade da democratização, a distribuição de novas concessões públicas de radiodifusão, disponibilizando em canal aberto emissoras criadas nas comunidades, nas universidades.
Segundo o artigo 220 da Constituição Federal, “é vedada a formação direta e indireta de monopólios e oligopólios nos meios de comunicação”. No Brasil , seis grupos controlam 667 estações de rádio e Tv e uma emissora (GLOBO) representa 50 % de audiência e 70 % das verbas públicas.

Se perguntarmos as pessoas qual o padrão que o governo irá adotar, uma grande maioria equivocada dirá que o modelo Japonês será o escolhido. Na verdade , até agora foi assinado um termo de compromisso, onde o Brasil se dispõe a analisar este modelo. O Padrão japonês é o preferido entre os empresários, certamente por traz desta manipulação toda, existem muitos interesses.

É preciso que se diga, que será necessário discussões sobre que programas ocupariam espaço na Tv e Rádio. Precisamos lutar por programas de conteúdo. Essas reflexões precisam vir à tona, na faculdade ou na mesa de bar. O momento é agora, afinal faremos parte deste novo mercado que chegará inevitavelmente. A Faculdade Maurício de Nassau já promoveu debate sobre a TV Digital, o mesmo aconteceu em um debate durante o Fórum Social Brasileiro no mês passado.

Outro ponto importante, é que a cobrança para outras discussões deva partir de todos os alunos interessados em saber mais sobre este polêmico assunto. Tem muito que se debater, e refletir. Ou seja, é o caminho inverso que a Grande Mídia faz e a nossa voz precisa aparecer.

Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

11.5.06

Discutindo a Manchete do Diário de Pernambuco

A manchete do Diário de Pernambuco nessa semana, chamou a atenção de internautas, pois o assunto se referia ao Orkut. Discutimos inclusive em sala de aula, de maneira rápida e não observamos alguns equívocos na matéria. Este assunto entrou em discussão no site www.ombudspe.org.br e vale ser repassado para que tenhamos olhares mais atentos às notícias e matérias que lemos e discutimos. Abaixo está o comentário do site, que tem por objetivo, discutir a mídia televisiva e a imprensa escrita. Vale a pena conferir!

Talvez tenha sido um pouco exagerada a afirmação na capa do Diário de Pernambuco de ontem: "Orkut deixa cidade em pânico". Mais ainda quando a gente percebe que a cidade em questão é Escada, que tem quase 60 mil habitantes e, com certeza, menos de 10% têm acesso à rede mundial de computadores e menos ainda sabem o que é o site de relacionamentos que virou coqueluche no Brasil. Ou seja, difícil imaginar que a grande população da área rural do município, injustamente alijada desse moderno meio de comunicação, esteja realmente preocupada com o que acontece na Internet.
O subtítulo (também chamado nas redações de "sutiã") tenta explicar. Na verdade tratam-se de cerca de 40 pessoas que vêm sendo caluniadas através da Internet. O caso bastante grave. Precisa ser investigado e noticiado. Não menos grave, porém que casos que se multiplicam de racismo e homofobia, que inclusive já foram noticiados pelo DP (talvez não com tanto alarde).
No caso de Escada, merece também destaque o fato de que algumas pessoas chegaram inclusive a ser presas, sem provas, sendo acusadas de terem sido responsáveis pelas injúrias. Expostas à culpa não comprovada, tornam-se agora novas vítimas.

O mesmo subtítulo, porém, comete alguns deslises, explicáveis apenas pela consciência de que os(as) profissionais que atuam nas redações nem sempre estão antenados(as) com os acúmulos e concensos dos movimentos sociais.
Primeiro, refere-se às pessoas caluniadas como sendo "senhores e senhoras de família". Ora, demais moradores de Escada não são "de família"? Depois, avisa que estas pessoas estão sendo "acusadas" de "traição, homossexualismo e prostituição", assim, tudo no mesmo patamar. É preciso esclarecer que o termo "homossexualismo" não deve mais ser utilizado desde que esta orientação sexual deixou de ser considerada uma "doença" pela Organização Mundial da Saúde. Agora, prefere-se "homossexualidade".

Por fim, diz-se que tentou-se "denegrir" a imagem do pessoal. Pode não parecer, mas o termo é considerado racista pelo amplo coletivo das organizações negras. De acordo com o Aurélio, a primeira definição de "denegrir" é "tornar negro, escuro".

Obviamente, quem editou a matéria não teve a intenção de reforçar homofobia ou racismo. Mas é preciso um pouco de cuidado para não fazê-lo inconscientemente.

O Centrífuga tenta criar neste espaço, uma forma de disseminar informações que não são disponíveis em outros meios. Como já falamos antes, é preciso maior atenção.
Seremos Comunicadores, precisamos discutir hoje e sempre, o excesso e o uso de transformar notícias em espetáculo. Para isto, é preciso participação e voz ativa nas discussões propostas e que dizem respeito àqueles que se interessam pela Comunicação.

Ósculos e Amplexos para todos !
Cleverson Schneider

9.5.06

É ou não é?


Em nossa caminhada, "aparentemente" somos livres para escolha e através dela trilhamos um caminho. Mas será que não existe outra possibilidade? Esta liberdade para escolher, nos torna escravos e distantes.

É ou não é?


Quanto mais sei, menos sei, quanto tenho certeza, deixo de tê-la
O que era já não é mais.
Passa o tempo...
Passa rápido...
Volto para a largada, é uma corrida, é a vida!
Sequer vejo a linha de chegada
Não há luz!
Há dúvida.
Há recuo.
Há mudança.
Sigo em frente...
Sem ficar em cima do muro
Coloco-me e não me abstenho
Alguém não gosta.
Outro aplaude!
Mas de pé por pé
Com ou sem fé
Começo a ver
A chegada que poderia ser
Mas não é!
Um novo começo.
Algo desconhecido...
Avante sempre avante
Mesmo que tudo o que
Procuro seja distante
E por mais que me coloquem
É ou não é ?
Tento achar outra
Outra saída, pois na imensidão que é essa vida
Haverá outra resposta sabida nem esperada
E nem tão aplaudida, mas que me fará merecedor
De fazer parte desta corrida.

Ósculos e Amplexos para todos!

Cleverson Schneider

8.5.06

Chance

Um fato desolador que vivemos nos dias de hoje é a percepção de que as chances que se dão estão cada vez mais rarefeitas. Seja um namoro de semanas que termina por simples diferenças de opinião ou estilo de vida, seja num dos milhares de casos em que pessoas bem qualificadas não conseguem entrar no mercado de trabalho justamente por conta de uma "qualificação" por vezes ameaçadora ao seu superior imediato.

Há uma legião de pessoas que vagam em busca de uma chance. E o que vem a ser isso? Chance, de acordo com o dicionário, significa tão somente oportunidade. Parece-me ser este o objeto de urgente desejo de tantos. Uma oportunidade de mostrarem o que são capazes de fazer, ou o que são capazes de ser. Que podem mudar, adaptar-se, corrigir-se, enfim, provar alguma coisa ou ponto de vista. Evidenciar que possuem valor e perseguem um objetivo.

No meio disso tudo há as barreiras levantadas pelos fantasmas individuais do bicho homem. O medo, a inveja, a preguiça, a volubilidade, o ciúme, o preconceito, a incerteza do porvir, o hedonismo arraigado de alguns, entre tantos outros. Emergem sem aviso e de forma assustadora. Por vezes em rompantes patéticos. Terminam freqüentemente tombando ante a fraqueza humana. E suas manifestações se diluem na imensa enxurrada emocional a que as pessoas são submetidas diariamente. Tornam-se dormentes, aceptivos em relação ao que se lhes apresenta a vida. Resignam-se alguns em continuar tentando encontrar a desesperada chance que pode nunca vir a chegar. Outros quedam no caminho e desistem.

Mas o que fazer a respeito? Se lutar é a única opção que resta, melhor então é buscar armas mais adequadas para cada ocasião. Quer uma nova chance com a velha paixão? Pondere sobre o que deu errado. Quem sabe até não seja melhor ficar afastado... O objetivo é um emprego? Que tal buscar uma qualificação adequada para o cargo que deseja? Ou, se for o caso, considere a possibilidade de omitir certas qualificações ameaçadoras do currículo. Adapte. Seja criativo.

Por mais difícil que seja driblar os clichês que a vida impõe, pode ser possível encontrar alternativas para manter a cabeça erguida sem torcer o tornozelo. Ser novidade é saber a fórmula de se reconstruir a cada etapa, otimizando o processo. A redundância pode ser benéfica, se ressaltar as qualidades necessárias. Nem mais nem menos. Quanto aos ruídos externos que venham a ser, de fato, interferências relevantes, esses merecem uma análise estratégica com o intuito de minimizá-los ao máximo. De preferência usando da ética. E sempre levando em consideração o fato de que se haverá de conviver o resto da vida com a consciência. Já em relação aos ruídos internos, bem, quanto a esses, se não quiser apelar para o Prozac ou alguma droga mais moderna, há de se apelar à paciência ou encontrar uma forma de desenvolver a paz de espírito. Sem uma certa dose de calma não se vai em frente no caminho de pedras que a vida traz.

por Sérgio Dourado

4.5.06

TEATRO: Neuroses, a Comédia

A Cênicas Companhia de Repertório completa cinco anos de existência com seu novo espetáculo “NEUROSES a comédia” que marca a volta do grupo às comédias desde Um Gesto por Outro do francês Jean Tardieu que foi sua estréia nos palcos em 2001. Neuroses é formado por cinco esquetes de humor de dramaturgos contemporâneos, inéditos em Recife, que falam do cotidiano de pessoas comuns que manifestam as suas neuroses no dia a dia. Além dessa ligação, o que une as diferentes cenas é a linguagem dos quadrinhos, explorada nas suas mais diversas manifestações. Desde os quadrinhos em preto e branco até os mangás japoneses.
O figurino tem as cores e os formatos geométricos dos desenhos, em alguns casos os adereços serão também desenhados por cima do tecido para se dar a impressão de estar se vendo uma HQ. A maquiagem segue a mesma linha, transformando os atores em personagens animados, reforçando as expressões naturais do rosto. O cenário é composto de elementos simples, um ciclorama, malha branca, no qual preencherá todo o pano de fundo e mudará de cor de acordo com a iluminação projetada a cada cena pintando-a com as cores fortes das páginas de gibi, serão usados adereços pretos nas cenas tais como portas, placas entre outros objetos, para a composição de cada esquete, a fim de se obter a idéia de desenho sobre a malha, como se fosse sombra. O trabalho de interpretação também leva em conta a linguagem dinâmica das HQs, desde o trabalho de corpo, voz e máscara facial até a construção da personagem baseada nos quadrinhos.
O público será levado lentamente até esse universo, primeiro com as imagens, depois com as ações e por último com a interatividade, pois na última cena a participação do público no palco é fundamental, é uma mistura de mundos distintos, o real e o imaginário, o público fazendo parte do espetáculo e se fundindo ao desenho.
O Grupo de Teatro Cênicas Companhia de Repertório apresenta seu mais novo espetáculo, “NEUROSES - A comédia”, a peça apresenta esquetes de humor inéditos em Recife, tendo como base para a linguagem de encenação as histórias em quadrinhos “HQ” nos seus mais diversos estilos, sob a direção de Antônio Rodrigues traz textos de Rogério Mesquita/CE, Sérgio Roveri/SP, Antônio Rodrigues/PE Yuri Yamamoto/CE e Felipe Botelho/PE que escreveu o texto especialmente para o grupo de acordo com o argumento criado em laboratório.

FICHA TÉCNICA
Texto: Sérgio Roveri, Rogério Mesquita, Yuri Yamamoto, Antônio Rodrigues e Felipe Botelho.
Direção e Concepção Geral: Antônio Rodrigues
Elenco: Vanessa Lins, Karina Cavalcanti, Jeff Nascimento, Eduardo Japiassú e Antônio Rodrigues
Cenografia, Maquiagem: Antônio Rodrigues
Adereços: O grupo
Sonosplastia: Cláudio Malaquias
Figurino: Karina Cavalcanti
Iluminação: Angélica Oliveira
Operação de Luz: Angélica Oliveira
Operação de Som: José Neto
Programação Visual: Alê Siqueira
Fotografia: Cláudio Malaquias
Contra Regra: Adriana Alves
Produção Executiva: Antônio Rodrigues
Produção: Cênicas Companhia de Repertório

Em cartaz no Teatro Arraial até 28/05
Sextas e Sábados 21h e Domingos 20h
Rua da Aurora, 457 - Boa Vista (entre as ruas Princesa Isabel e Riachuelo)
Ingresso: R$ 5,00 (preço promocional único, meia entrada para todos)
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1.5.06

Martins X Mainardi

Enquanto as discussões sobre a Ética no Jornalismo ganham espaço, não podemos deixar de colocar neste Blog a resposta de Franklin Martins às acusações de Diogo Mainardi da Revista Veja. O Blog Centrífuga quer discutir a ética e a transparência. Eis um assunto que dá "pano para manga".

Na edição de Veja de16/04, o colunista Diogo Mainardi atacou abertamente a integridade profissional dos jornalistas políticos do País, entre eles Helena Chagas (O Globo), Elaine Catanhede (Folha de S. Paulo) e Franklin Martins (Rede Globo). Como resposta, Martins escreveu uma carta aberta desafiadora a quem ele chamou de "difamador travestido de jornalista" e encaminhou à revista Veja e ao portal
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DESAFIO A UM DIFAMADOR
O sr. Diogo Mainardi, em artigo intitulado “Jornalistas são brasileiros”, publicado na revista Veja de 16 de abril de 2006, acusou a mim e a outros profissionais de imprensa de sermos “moralmente frouxos” e de mantermos “relações promíscuas” com o poder político. No meu caso, saiu-se com a estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público. Nessa cota, estariam meu irmão, Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e minha mulher, Ivanisa.
Seguem-se alguns esclarecimentos. Devo-os não ao sr. Mainardi, mas a meus leitores, telespectadores e ouvintes, e também a meus colegas de profissão que, com razão, continuam a acreditar que o jornalismo só tem valor se for exercido com espírito público e ética:

1. Não tive, em qualquer momento ou em qualquer instância, nada a ver com a nomeação de meu irmão, profissional conceituado na área de petróleo, para a diretoria da ANP. Jamais intercedi junto a quem quer que fosse no Poder Executivo para sua indicação. Jamais pedi a qualquer membro do Senado, a quem cabe constitucionalmente aprovar ou recusar as diretorias das agências reguladoras, que olhasse com simpatia seu nome. Não movi uma palha nesse episódio. Meu irmão tem a vida profissional dele e eu, a minha.
O sr. Mainardi não é obrigado a acreditar no que digo. Mas, se não fosse um difamador travestido de jornalista, teria se esforçado para apoiar suas acusações em fatos que revelassem uma conduta inadequada da minha parte, e não apelado para trechos de discursos desse ou daquele parlamentar com referências à minha pessoa que não significam absolutamente nada. Sobre o que falam deputados e senadores nem eu nem o sr. Mainardi temos a menor responsabilidade. Qualquer pessoa medianamente informada sabe disso. Somos eu e ele responsáveis apenas pelos nossos atos.
Por isso, lanço-lhe um desafio. Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras – um só, não é necessário mais do que um – vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio para o nome de meu irmão, me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da “Veja” da coluna que assina na revista.

Tudo ou nada, bola ou búrica. O sr. Mainardi topa o desafio ?
Se topa, proponho que escolha uma pessoa de sua confiança, enquanto eu pedirei à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que designe um profissional acima de qualquer suspeita, para que ambos conversem imediatamente com todos os senadores e senadoras e ponham essa história em pratos limpos.
Se não topa o desafio, o sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador.
Sei os riscos que estou correndo. Entre os 81 senadores, há vários que, em um ou outro momento, já foram frontalmente criticados por mim. Outros devem ter discordado inúmeras vezes de minhas opiniões e avaliações. É provável que haja, inclusive, quem, em algum episódio, tenha se sentido injustiçado por alguma palavra minha. Mesmo assim duvido que apareça um só senador, governista ou oposicionista, do Norte ou do Sul, veterano ou novato, que confirme a afirmação insultuosa do sr. Mainardi de que fiz tráfico de influência para nomear um irmão para a ANP. Duvido que apareça por uma razão muito simples: isso simplesmente nunca ocorreu.

2. Quanto à minha mulher, é funcionária pública há mais de 20 anos. E servidores públicos, sr. Mainardi, por incrível que lhe pareça, trabalham no serviço público. Não sei qual a razão de sua surpresa com o fato. Devo esclarecer que, embora seja profissional extremamente competente, com mestrado em planejamento social na London School of Economics, já tendo dirigido agências e programas nacionais na área, no momento minha mulher não exerce cargo comissionado e sequer tem função gratificada. Por que? Não sei. Coisas do serviço público ...
Dados os esclarecimentos, sigo adiante.

Nem sempre concordo com o que escrevem Eliane Cantanhede, da “Folha de S. Paulo”, e Helena Chagas, de “O Globo”, também difamadas pelo sr. Mainardi no artigo mencionado. Mas isso não me impede de dizer que são duas tremendas profissionais, das melhores jornalistas deste país. Na nossa profissão, como em todas outras, há gente séria e gente que não presta, pessoas íntegras e pessoas sem caráter. Eliane e Helena estão na primeira categoria e me honra ter sido colocado na companhia delas. Para mim, desabonador seria o contrário.

Os ataques que sofremos Eliane, Helena e eu talvez sejam os mais graves, mas não são os primeiros que o sr. Mainardi lançou recentemente contra jornalistas. Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias deles, foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da “Veja”, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples.

Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm o direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem.

Mais ainda: o sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada.

No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias. No processo criminal, o sr. Mainardi terá todas as oportunidades de provar que usei minha condição de jornalista para traficar influência. Como é mais fácil um burro voar do que ele dar substância às suas invencionices a meu respeito, estou confiante de que se fará justiça e o difamador será condenado pelo seu crime.

Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por danos morais, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: “Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha”.
Prefiro ficar com Cláudio Abramo: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”. Mas, para tanto, o sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo.
Da minha parte, seguirei fazendo o único jornalismo que sei fazer, o que busca dar informações ao leitor, ao telespectador, ao ouvinte, com inteligência e respeito, para que ele forme sua própria opinião sobre os fatos. Não quero fazer a cabeça de ninguém. Não creio que essa seja a missão da imprensa, ainda que alguns jornalistas e alguns órgãos de comunicação, de vez em quando, queiram ir além das suas chinelas. Existimos para informar à sociedade, e não para puxá-la pelo nariz para onde quer que seja.
E desse jornalismo não vou me afastar, apesar das mentiras, da gritaria e das difamações do colunista da “Veja”.
O macartismo não me intimida. O sr. Mainardi, muito menos.

Franklin Martins é jornalista, diretor de jornalismo da Globo em Brasília, comentarista político da CBN e da Globo News

Mais uma vez percebemos que temos muito o que falar ou discutir sobre a ética na imprensa. O respeito e a dignidade devem fazer parte dos Comunicadores, pois a população confia na palavra de quem detém este poder. O caso é sério. Precisamos estar atentos a este tipo de discussão, pois faz parte de nossos interesses. Vamos torcer que a credibilidade e a transparência seja uma constante. Esta notícia foi retirada do site www.revistaparadoxo.com

Ósculos e Amplexos a todos
Cleverson Schneider