CENTRÍFUGA

31.12.06

2006... ...2007


Último dia do ano. Agora é aguardar as surpresas que 2007 trazem para todos nós. Vou me despedindo de 2006 aproveitando para desejar aos amigos e leitores do Centrífuga que continuem sendo cada vez mais iluminados e participativos; tanto na vida quanto nas idéias.

Para fechar o ano, deixo um texto enviado pelo colaborador Gerald The Saint.

Um bom Reveillon para todos.

Sérgio Dourado


CRÔNICA DO ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO

Pois é, passou o Natal, estamos agora no entremeio das trocas, quase em 2007, boquinha da garrafa, sendo bem popular. As pessoas mais apressadas do que nunca em deixar o ano que passou no passado mesmo. As TVs mostrando as mil maneiras de se arrumar a casa, Ana Maria cozinhando com o louro “aquela” receita, a sensitiva do nove misturando a “poção” do banho de cheiro infalível em proteção e chama dinheiro; e prosperidade ... e amor; .... e isso e aquilo, tem até amigo meu dando show na TV, na área gastronômica ;)

O tempo é o grande “ditador” da vida. Tempo é dinheiro, tempo é juventude que se perde, dá-se até tempo ao tempo. Parece que foi ontem que a gente tomava “aquele” banho de cheiro (bom, ao menos alguns tomam), comprava roupa de baixo nova – pelo menos ... ehehe ... e o carnaval já está ai ... foi ontem que tomamos umas nas ladeiras de Olinda e um amigo meu comentou:”cara essa visão de Recife lá embaixo, com esse pôr do sol, daqui desse ponto de Olinda parece Tel Aviv ... ehehe ... coisas de Recife, e a terra girando cada vez mais rápido, os amigos no MSN contando os dias pra acabar 2006, e o tempo correndo.

Fim de ano é uma época de esperanças, misto de melancolia/desejo/vontade, tudo pode ser melhor. O tempo é o placebo da vida, não é a toa que quem perde a noção dele enlouquece, e ele é apenas uma invenção humana, ou como diria Mário Quintana: “O tempo é a invenção da morte”. Será? Prefiro pensar que tudo pode ser melhor, sempre. O tempo pra mim é algo positivo. Adeus 2006. Feliz 2007 a todos.

23.12.06

NATAL

Já é quase véspera de Natal. Momento em que o mundo ocidental se aperta nas lojas e comércios e muitos se endividam, mergulhados na sanha consumista incutida em nossas mentes pelo Papai Capitalismo, primo rico do Papai Noel. O bombardeio publicitário é implacável nessa época. Compre. Presenteie. Adquira. Afinal, é Natal!!! Algumas vozes fracas fazem lembrar o cunho real da data: o nascimento de Jesus. E talvez numa tentativa da decadência consumista catolicista brasileira de aplacar sua culpa, surgem presépios e mais presépios nos centros de compras, lojas, edifícios, praças, repartições públicas etc. Na Itália tentaram conjugar a homossexualidade no presépio do Parlamento. Mas foi vetado. Uma criança de seis ou sete anos que venha a observar algumas dessas encenações estáticas talvez nem consigam perceber a singela figura infante deitada numa manjedoura. Até porque o zoológico nababesco de personagens que a cerca seja bem mais vistoso e impactante.

O nascimento do Salvador foi meio que esquecido. A figura do “bom velhinho”, criada pelo primo rico do mesmo, ganhou proeminência e um status místico. Irônico. A encarnação do bem, criada e divulgada pelo próprio vício materialista. O intuito é claro: Natal é época de dar, de presentear. Por conseguinte, de comprar, comprar, comprar. E ai daquele que se frustra por não ter condições de fazê-lo. Resta-lhe esperar pelo Papai Noel ou então furtar, roubar ou matar. E é o que muitas vezes acontece.

Como explicar a um filho, inexoravelmente bombardeado pelas propagandas veiculadas na mídia, que ele não poderá ter aquele presente fantástico no Natal porque não há dinheiro para adquiri-lo? A frustração, quando infantil, é imensamente maior. Uma crueldade. As conseqüências inevitáveis, de acordo com a nossa norma social injusta, é uma legião de frustrados em busca do inatingível. Alguns apelando a meios igualmente cruéis e violentos.

Mas é Natal. Tempo de paz, solidariedade, compaixão, bondade no coração. E vem aí um ano novo de muita esperança e de tempos melhores. Será?


Sergio Dourado

21.12.06

Poucas e Boas


Notícia Boa


Os deputados e senadores cretinos queriam um aumento de salário nada compatível com a realidade nacional. Mas acabaram dançando, tiveram que colocar o rabo entre as pernas e mudarem um pouquinho os planos para 2007. Ainda bem, que aconteceu uma mobilização contra este absurdo. O que nos espera em 2007?


Sensibilidade Natalina


Abram os olhos com as figuras que no ano todo são os maiores sacanas de uma hora para outra ficam bons samaritanos. Cuidam do vovô e da vovó, elogiam a sogra, fazem doações.
Um tipo de sensibilidade natalina que nada tem a ver com o que deveria realmente ser. Passado as épocas de festas, eles voltarão ao normal e as boas ações ficarão para trás. Uma pena! O mundo precisa de mais sensibilidade e menos aparência.
Vale a pena ouvir!
A Rádio Capibaribe comemora no dia 25 de dezembro 46 anos no ar, a emissora conhecida também como Jovem Cap, já faz parte da história pernambucana. Entre os programas está o Sabado Som, um dos líderes de audiência. Trazendo notícias da MPB, cinema, teatro, o programa que vai ao ar das 15 horas as 17 horas supreende pela qualidade musical com os clássicos e os novos nomes da MPB. Klever Schneider e Sérgio Dourado, blogueiros do Centrifuga, apresentam e já produzem o programa que tem o comando de Carminha Pereira, dona da emissora e conta com a apresentação de Júlio César. O programa pode ser sintonizado pelo 1240 AM ou também pelo site www.radiocapibaribe.com.br
Se você não tinha o que fazer ou o que ouvir no Sábado a tarde, eis o programa que merece espaço na sua agenda. Parabens a emissora pelos seus 46 anos no ar.
Para lembrar, SABADO SOM das 15 h às 17 h. sintonize 1240 AM ou www.radiocapibaribe.com.br
Ósculos e Amplexos para todos!

16.12.06

Texto do colaborador Wagner Lucena

Toda vez que a luz do quarto no prédio em frente a minha janela acende, eu percorro a linha projetada pela moldura da minha janela até onde a luz brota e vejo aquela mulher andarilhar num cômodo em direção a uma borda da varanda. O movimento da cabeça prediz que notas agudas de violino ascendem aos seus ouvidos e uma pose de Vênus de Milos faz ela pender em frente ao espaço que nos separa. O que pensará neste momento? Seu olhar se abre em um esquadro que pergunta a mesma coisa. E a rua desce líquida para dizer que é em nada, é somente em nada que pensa aquela figura branqueada pelas minhas impressões vagas. Não há janelas, espaços-entre, silhuetas, olhares vazios nem passos perdidos. E ainda assim, ela está lá. Quanto mais afinco os sentidos, mais ela não está lá. E ainda assim, está lá a andarilhar. Ontem foi um dia ímpar, como antes de ontem e antes de antes. E serão todos os depois, pois são todos plurais os depois, unidos em um só plural. O uníssono depósito de perspectivas naifes. Cabidos nas palmas das mãos emborcadas, escondidos, perspectivas escondidas nos passos entrelaçados e nas janelas que refletem uma luz andarilha. Mas a rua ainda desce líquida com todos os seus enfeites, que são os nossos. Nós somos os enfeites das ruas que enfeitamos. Nossas palavras repetidas por vazão. Nossas corredeiras de vazios. Nossas ruas líquidas e secas, eretas e opacas. Eu ainda estou lá, no reflexo da janela da mulher que já se foi, foi deitar e dormir; foi dormir e se esquecer que o tamanho da sua varanda caberia muito mais do que os passos dela diziam. A varanda que coube sem saber, todo o vento que já lambeu suas expectativas de ver encostada na varanda do terceiro prédio à sua frente, os violinos que estavam esborrando, em contos de Garcia Marques, as janelas dos meninos que queriam um barco de natal. A luz é como água. E o que será como a luz? Ruas são como o que? Não é a mesma coisa, não é a mesma coisa; e nem assim é a mesma coisa. Nem e assim não são a mesma coisa. Mas “nem mesmo assim” é a mesma coisa. Começando a ver a janela novamente, agora vazia, vejo que ela ainda está lá, sempre estará. Com seus cílios grandes o suficiente para eu vê-los a esta distância batendo contra a fumaça do tempo. Qualquer coisa grande o bastante para ser vista contra a fumaça do tempo pode ser vista daqui, porque aqui chega antes dele. Aqui está sempre antes, o depois é às vezes para lá, nunca para cá. O depois e os outros oriundos desse primeiro nunca chegaram até aqui, a rua líquida não os deixou. Era uma confluência rítmica que levava o som do violino para onde não era preciso, para onde eu não preciso. E vejam só que ironia: fui dormir e nunca mais me esqueci do tamanho daquela varanda, tão cheia de passos vazios. É que o concreto cabido ali fez uma ponte até mim, até onde eu poderia ir, até onde eu fui, e desde onde eu voltei até agora, quando olho para você, que nunca quis ir até a outra varanda, que tem medo da luz andarilha e do violino diáfano, que descansa o queixo sobre o dorso das mãos e desdenha o olhar para as ruas líquidas. Você se deitou em cima do espaço que cobre a distância até a varanda e nunca mais pisou no chão. Não por medo ou por vingança, mas simplesmente por leveza. E vejam só que ironia: fui dormir onde o vento está e o abstrato forrou um lençol entre minhas pernas, num nó que prendeu meus pés e me pendurou de cabeça para baixo, somente para ver suas anáguas armadas de susto. Eram duas: uma era o medo do futuro e a outra, que estava por baixo, o medo do passado. Entre elas, uma luz, a acesa no prédio da frente, onde a Vênus de Milos chorava por nada, e por sempre. Nem sempre foi possível que a víssemos chorando, mas ela sempre esteve lá. Ao esticar meus braços para tocá-la, alcancei os seus. Eles estavam chorando por terem perdido o contato com seu corpo, jazendo na calma da desistência. E por que? Somente porque as ruas são os líquidos que escorrem entre nossos dedos dos pés, entre as salivas das nossas bochechas deitadas e entre lágrimas já perdidas e pingadas. E nem era um violino que eu via, mas uma pêra mordida, suculenta e usada, como uma curva de sossego. Nossos riscos e ladrilhos, nossos combogós e sincronias, nossos espaços esquecidos e os amores que nunca existiram, nem existirão.

por Wagner Lucena

10.12.06

BALANÇO

O fim de ano vem chegando e tenho a sensação que 2006 passou voando. Talvez por conta das novas experiênicas que a vida me proporcionou. Novos amigos, ambientes, objetivos, tarefas. Num balanço apressado sempre vêm a mente coisas que deram certo, inúmeras que não deram e muita vontade de reparar o que saiu errado e ir adiante.

As possibilidades não são muitas, porém acredito que poucos brasileiros privilegiados podem se dar ao luxo de fazer uma lista de boas possibilidades. Percebo que a maré não anda boa para muita gente. Mas, insatisfações à parte, o que vale é pelo menos saber exatamente onde se quer chegar. A partir daí, são apenas as lutas e percalços que sempre acontecem. É o seguir em frente que importa em última instância. Seja de que forma for (obedecendo-se pelo menos a ética).

Muita gente eu conheci em 2006. Muita gente maravilhosa. Alguns nem tanto. Coisa mais natural do mundo. Mas a minha sorte é que foram pelo menos dez novos amigos para cada "inha" que surgiram na minha vida. Não cito nomes dos bons obviamente para não correr o risco de cometer a terrível gafe de esquecer alguém. E quem me conhece sabe como posso ser um cabeça de vento.

Dos amigos queridos que ja trazia de outras épocas guardados no peito, esse também foi um ano de reafirmar e intensificar as amizades. O elo tornou-se mais forte. Pena que alguns se foram (como tinha de ser) e outros caíram na incerteza fria do afastamento involuntário (talvez voluntário). Mas o balanço final, pelo menos nesse quesito, é positivo. Certamente terei um Natal cercado de pessoas de luz.

Sei que é um tanto adiantado para deixar aqui votos de um feliz Natal e um fantástico 2007, portanto guardo tais palavras para daqui alguns dias. Termino apenas mandando um grande abraço a todos os meus amigos e também aos leitores do Centrífuga. Vocês são D+!

Sergio Dourado

7.12.06

PREÇO




"Sonhos são gratuitos. Transformá-los em realidade tem um preço." Ennis j. Gibbs

Quem não tem um sonho ou alguns que atire a primeira pedra. O problema em se ter sonhos é não concretizá-los. Mas de quem é a culpa? A culpa é de um todo. A culpa é minha, é sua, dos grandes empresários, das religiões. Muitos dos sonhos não se realizam pela falta de oportunidades, pela ganância, pela ambição excessiva, pelo egocentrismo disfarçados em amigos que tem pele de corderinho.

Talvez o que se precise, seja mais união, mais espaço para aliar o velho e o novo. Oportunidade para que tantos sonhos não se trasnformem em frustrações e que isto não seja um pesadelo para uma vida toda. Mas não esqueçamos tudo tem um preço. Falta saber como trilhar as oportunidades e ter o que se pede em troca. Mas apesar de todos os pesares devemos nos permitir continuar sonhando independente das outras coisas
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Palavras no fim de ano
Quais são as suas metas para 2007?
Me perdoa pelas coisas que disse!
Ano que vem vai ser melhor!
Se Deus quiser, vai dar tudo certo!
Que bom ver toda a família reunida!
Quero ver quem vai pagar a ceia!
Detesto estas coisas de fim de ano!
Quem tiver mais frases que acrescente!
Ósculos e Amplexos para todos!

4.12.06

PRESSA

Tenho pressa. Não aquela pressa passageira de ser logo atendido na ante-sala do médico. Tão pouco aquela pressa urgente em terminar aquela reunião chata sobre assuntos chatos e com pessoas ainda mais chatas. A minha pressa é mais profunda. Era adormecida, latente, letárgica. Vivia mergulhada em uma bruma densa. E agora desperta voraz, com vontade de ganhar o mundo.

Minha pressa, como todas as pressas, é inimiga da perfeição. Embora a perfeição em sentido latu não exista, a minha pressa a considera e respeita. Embora às vezes insista ignorar sua existência. Ela é irresponsável ao mesmo tempo em que tenta desesperadamente acertar. Por vezes se afasta do alvo, mas sempre procura mantê-lo em vista.

A pressa que sinto pode ser intangível por vezes. Mas o que vem a ser realmente tangível nessa vida louca e nesse país sem oportunidades reais? A minha pressa quer desvairadamente subverter a intangibilidade e tornar real tudo aquilo que povoa meus sonhos. A minha pressa também é sonhadora. Inspirada, fértil, batalhadora, cabeça-dura.

A pressa que vive dentro de mim é justificada. Ela existe com um propósito. Tem seus objetivos definidos. Me assalta violentamente em arroubos irracionais e trata de me acalmar quando esses cessam. Procura me resgatar de um passado desperdiçado ao passo que me tranqüiliza, mesmo pelo fato de saber haver um tempo perdido com outras coisas que não me proporcionaram o devido prazer pela vida.

Minha pressa quer me redimir. Eu quero me redimir. Não com o mundo ou com as pessoas, mas comigo mesmo.

Sergio Dourado

3.12.06

15 minutos de poder

Cheguei no hospital para visitar a minha irmã, que tinha feito uma lipoaspiração naquele dia, completamente fora do horário de visitas. O local tem umas regras bem esquisitas, e principalmente chatas, do tipo que atrapalham mais do que ajudam a manter a organização. Eu já previra que ia chegar atrasado e no momento que desci do carro me lembrei das palavras dela ainda cedo, antes do procedimento.

- Eu já estou bastante acostumada com isso, Diego, vá por mim. O tempo que eu dei plantão aqui foi o suficiente pra saber que nenhum porteiro ou segurança vai lhe dizer mais que um "boa noite" se você entrar no hospital vestindo minha bata e com o meu estetoscópio pendurado no pescoço.

O caminho do estacionamento até o quarto onde ela estava era longo e eu confesso que estava um pouco nervoso com a encenação que ia me garantir passe livre para visita-la no pós-operatório. Logo de cara dei com uma médica que estava indo embora e tive um pouco de receio de não ser reconhecido por ela, mas a doutora sequer levantou os olhos quando passou por mim. Respirei fundo e comecei a andar na direção do prédio onde minha irmã estava, um pouco nervoso de início, mas depois da terceira pessoa vestindo bata que cruzou o meu caminho, eu relaxei e aproveitei a minha momentânea posição de poder. A prova final da minha encenação seria entrar na enfermaria sem que o porteiro criasse problemas para mim. Novamente eu recordei das instruções da minha irmã:

- Não olhe para ele com cara de aprovação. Ele não vai lhe perguntar nada. É só passar como se fosse um médico mesmo e pronto.

E não deu outra. O sonolento funcionário já deve mesmo estar de saco cheio de ver tantos doutores e estudantes passar por ele, tanto que sequer o "boa noite" eu ouvi. Quando cheguei ao quarto, Mirtza falou que eu estava ótimo vestido de médico, mas o sorriso estampado no rosto dela era de "eu não disse?".

Até fiquei um pouco mal por não ter prestando tanto atenção nela durante a meia hora que passei lá, mas não conseguia tirar da cabeça o pensamento de que é incrível como uma fantasia (a bata e o esteto) associada ao comportamento apropriado (cara de dono do mundo) dão tanto poder a uma pessoa. Não foi exatamente uma visão crítica, mas sim divertida do fato.

Certas profissões dão esse tipo de regalia para quem as exerce. Medicina é uma delas, mas não é a única. Minha aventura não teria um desfecho diferente se eu estivesse, por exemplo, dirigindo como um louco um daqueles carros com a placa preta que nunca são parados simplesmente pela posição política ou jurídica dos seus donos.

Na hora de ir embora, minha irmã me disse que eu poderia tirar a bata, pois sair era coisa que qualquer um podia fazer, e o máximo que aconteceria era alguém me reconhecer e perguntar porque eu não estava mais vestido de médico. Minha resposta foi taxativa:

- Lógico que não! Entrei assim e é assim que eu vou sair.

Mas pelo sorriso estampado no meu rosto, Mirtza viu que o que eu estava realmente dizendo era "jamais eu deixaria de aproveitar até o fim os 15 minutos de poder que a sua bata está me proporcionando". E sem a mínima cerimônia, abri a porta do quarto e saí, com a melhor cara de dono do mundo que eu consegui fazer.

DIEGO ARCOVERDE é jornalista de Recife/PE.