CENTRÍFUGA

27.7.06

O show continua

“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Cecília Meireles

Com o pensamento inicial de Cecília Meireles, que dispensa comentários, vamos pensar um pouco nas notícias que tomam conta da mídia nos últimos dias. Eleições, a Máfia das sanguessugas, o Líbano e os brasileiros que fogem da guerra, o caso Richthofen-Cravinhos e a escolha do novo técnico da Seleção Brasileira, o ex-capitão Dunga.

A respeito das eleições podemos observar a diferença e como se dá o enquadramento entre os protagonistas e os coadjuvantes que disputam a presidência. Existe um acordo de dar espaço aos desconhecidos do grande público, mas eles que não recebem 5 % nas intenções de votos não participarão dos debates eleitorais.

Quanto a Máfia dos Sanguessugas, os nomes dos possíveis culpados estão sendo divulgados. Mas chamo a atenção de que todo cuidado é pouco porque os mesmos podem ser inocentes. E imprensa tem uma mania, condenar antes de que tudo seja apurado, quem lembra da escola base sabe do estou falando.

Quanto ao caso de Suzane, o show fica por conta de seu advogado de defesa que adora dar entrevistas principalmente para o Cidade Alerta da Rede Bandeirantes, ele fica muito tempo dando entrevista, elas não são menores do que 15 minutos. Papo vai e papo vai, ele vai esmiuçando o que pretende fazer no processo e deixa no ar sempre um suspense."A bomba que eu vou apresentar pode mudar o caso”.

Quanto à situação do Líbano, as reportagens enfocam o retorno dos brasileiros, a emoção em voltar para casa, em closes e situações que buscam as lágrimas do entrevistado e a comoção do telespectador. Quanto mais imagem de destruição melhor, as imagens dizem mais do que palavras, que o diga o You Tube, site que você pode ver e ouvir relatos do conflito. O fato é que a grande mídia esquece não aborda fatos como a legitimidade do Hezbollah enquanto grupo político-militar no Líbano; embora a grande parte o considera um grupo terrorista outros fatores podem explicar o atual conflito que é bem mais antigo do que se pensa.

E finalmente a novela da escolha do técnico da seleção brasileira acabou. Dunga, será a bola da vez. Os holofotes estão voltados para a nova comissão técnica e a convocação dos jogadores para a primeira partida dele como técnico num amistoso contra a Noruega. Claro que as emissoras enfocam sua garra colocando uma comparação com o conformismo de Parreira, sem esquecer é claro de ouvir opinião de jogadores, técnicos e torcida.

A grande preocupação dos entrevistados e da mídia esportiva é a falta de experiência dele como técnico. Mas se experiência ganhasse jogo, o Brasil seria Hexa, pois tinha no banco Parreira e Zagallo e uma equipe com um grande número de jogadores experts em futebol.

Por hoje é só...

Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

18.7.06

A Busca pelo espetáculo

O problema do sensacionalismo da Imprensa não atinge somente o nosso país.Na última sexta-feira, a revista Italiana Chi, publicou uma foto da Princesa Diana, numa imagem em preto e branco da princesa, dentro do carro, recebendo oxigênio, acompanhada de um artigo sobre o livro Lady Diana: a Investigação Criminal, do francês Jean-Michel Caradec’h. Jornais de todo o mundo, detonaram a atitude da Revista. Mesmo assim a procura pela revista foi grande.

O editor da Chi Umberto Brindani defendeu a publicação. "Eu publiquei a imagem por uma razão muito simples – ela nunca havia sido vista", completou Brindani. "Na minha opinião, não é uma imagem ofensiva à memória da princesa Diana. Como uma revista informativa, nós meramente reportamos a publicação de um livro na França sobre a morte de Diana." Lembremos que eles fazem parte dos países do Primeiro Mundo.

Falando agora em televisão, e em nosso país, pertencente aos excluídos, todos já devem ter percebido que ao final da novela Páginas de Vida de Manoel Carlos, depoimentos reais fecham o folhetim. No último Sábado, uma senhora com mais de 60 anos, falou com uma linguagem considerada chula, sofreu com a grande mídia que caiu em cima com as suas declarações.

Falou em masturbação, prazer e de que vive muito bem sem a presença masculina. A pergunta que fica é, porque a produção e o controle de qualidade da Globo permitiu uma cena como essa ir para o ar. Lembramos que muitas crianças assistem novelas, não questiono a liberdade para se falar o que quer, mas tudo tem o seu momento. E certas coisas são desnecessárias. Mas em nosso país, um furo é mais importante e vale tudo, que o diga o Fantástico, o show da Vida!

No domingo, na edição da revista semanal Fantástico, a reportagem da vez, foi o seqüestro do menino Lucas de 6 anos, no interior de São Paulo. O menino passara seu aniversário no Cativeiro. Até aí tudo bem, o problema foi na hora do desfecho do seqüestro. Câmeras ligadas e a Globo coloca no ar, o menino assustado com os gritos histéricos da polícia e a câmera que não tirava suas lentes do rosto da criança. Mas tudo foi exibido, com a autorização dos pais é claro.

Mais ainda, a reportagem mostrou os passos da família pela busca de notícias do filho. Como se estivesse lá todos os dias, em Closes fechados, mostravam a tristeza e a agonia dos pais. As lágrimas caíram e o objetivo do espetáculo foi atingido. Buscar na emoção nos parentes que sofrem, na vítima e com isso emocionar os telespectadores que já acostumaram com as Imagens deprimentes da vida real. Tudo vai para o ar. Tudo é possível, o vomito do jogador e pop star inglês, o presidente americano cometendo gafes, tudo é notícia.

Até que ponto pode a Imprensa fazer uso de seu poder e invadir privacidades e publicar imagens que nada acrescentam. A busca pelo IBOPE, a comoção, o desespero, todos os ingredientes são possíveis. Sem mostrar é claro, o poder da Polícia, que resolve o seqüestro, mas esquecem de abordar mais a fundo, a crescente onda de ataques do PCC à agentes penitenciários e a população em geral no Estado de São Paulo.

Utiliza-se mal o tempo que poderíamos discutir a questão da segurança pública e a educação no país. O ano é de eleições gerais, ou seja, é a oportunidade única de que movimentos sejam feitos, pois, não é mais possível ficarmos reféns e nada podermos fazer. O Sensacionalismo e a alienação contribuem para que estejamos cada vez mais distantes da realidade, nos tornamos omissos e patéticos. A imagem de uma criança ou uma senhora que fala de suas preferências sexuais se misturam entre o que é real ou o que é ficção.

Nos resta alertar, desligar a TV e buscar informações de outras formas possíveis. Entretenimento também é válido, num país como o nosso, onde educação e cultura ficam em planos bem inferiores,as conseqüências são essas que assistimos todos os dias. Ficaremos subdesenvolvidos em nossa ética, nossa consciência. Tudo em nome do espetáculo e do show que não pode parar. Afinal, alguém tem que faturar.


Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider

10.7.06

Marketing Político

Pois é, a Copa passou e agora a competição é outra. As bandeiras terão outras cores e como qualquer campeonato, as eleições gerais desse ano promete. Ainda mais se pensarmos nos bastidores da eleição e aí lembramos que por trás de um político, está o Marketing Político.
No mês de Maio, Carlos Brickmann esteve em Recife para o Congresso de Comunicação organizado pela Faculdade Maurício de Nassau e é dele o artigo que divulgamos no blog. No artigo ele faz elogios ao artigo do repórter Gabriel Manzano Filho.
Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider
Surpresas por Carlos brickamn
Na esteira das contas atribuídas a Duda Mendonça no exterior, muita gente andou pregando o fim do marketing político nas eleições – algo moderno, imaginam, que só serve para engordar o custo das eleições. Mas a imprensa de vez em quando nos reserva agradáveis surpresas: O Estado de S.Paulo publicou um excelente material do repórter Gabriel Manzano Filho, mostrando como Cícero, o tribuno romano que viveu há 21 séculos, já usava o marketing político. Veja o artigo abaixo.

Como não mudar nada na política em 2 mil anos
Gabriel Manzano Filho / copyright O Estado de S.Paulo, 4/6/2006
Um pequeno panfleto de 2 mil anos atrás, escrito por um administrador de província romana, traz para os eleitores brasileiros uma boa e uma má notícia. A boa é que a política brasileira, com seus mensalões, acordões e absolvições, não é de modo algum pior que as outras. A má é que, visto que nada mudou nos últimos 21 séculos, não há razão para se achar que vai melhorar daqui para a frente.


O texto em questão é o Comentariolum Peticionis – em bom português, Breve Manual de Campanha Eleitoral. Escreveu-o, em 64 a. C., Quinto Túlio Cícero, para seu irmão famoso, o orador Marco Túlio Cícero, que naquele ano decidiu candidatar-se a cônsul, uma espécie de magistrado supremo do Senado romano. Não sendo da nobreza, Cícero queria convencê-la a votar nele, mas ao mesmo tempo precisava manter seu prestígio com o povo.

O manual é um espantoso retrato de como as coisas nada mudaram, ao longo de 2 mil anos. "Põe em tua cabeça que tens de fingir o que não tens de natureza", aconselhava Quinto ao irmão, "de modo que pareças atuar de modo natural." "Isso é imprescindível a um candidato, cujo semblante, rosto e palavras deverão mudar e adaptar-se ao sentimento e à vontade de quem seja com quem se encontre."

Quinto dividiu seus conselhos em 58 pontos, nos quais adverte o irmão sobre como e o que falar com as pessoas, a quais grupos agradar, o que não dizer, como explorar os defeitos dos rivais. "É mais importante ser um bom candidato do que uma boa pessoa", ensina ele. Sua primeira sugestão: Cícero devia ir todos os dias, já de manhã, para o Fórum, no centro de Roma, para a "prensatio" – o aperto de mão. Exatamente como hoje, eram intermináveis sessões de sorrisos e afagos, dirigidos não só aos conhecidos, mas a qualquer um que aparecesse.
Uma boa assessoria deveria providenciar visitas importantes à sua casa e platéias para os discursos, além de um "nomenclator", o providencial assessor que lhe assopra no ouvido os nomes das figuras importantes que estão por perto. Para destacar-se na multidão, deveria usar sempre uma túnica bem branca, a chamada "toga candida". De tanto usar essas vestes os caçadores de voto romanos foram chamados de candidatos.
Compra de votos

Não há indícios, nos conselhos de Quinto, de que seu irmão tivesse um Delúbio ou Valério – mas era comum, já naquela Roma de Júlio César e Pompeu, recorrer a tais figuras. Elas tinham até um nome: eram os divisores, os tesoureiros de campanha, assim chamados porque dividiam o dinheiro em troca dos votos. Quando se faziam tais acordos, o suborno era deixado, até a eleição, com um intermediário, o "seqüestre".
Quinto pede, no texto, que Cícero evite as discussões e definições políticas, "de modo que o Senado creia que serás um defensor de sua autoridade; e a multidão, que não te oporás aos seus interesses". Compromissos partidários sérios, nem pensar: era preciso dar tratamentos diferentes aos dois principais grupos políticos da época, os "optimates" (da nobreza) e os "populares" (das classes média e baixa). Como os nobres não engoliam o sistema republicano então vigente, Quinto aconselha: "Deves convencê-los de que nós sempre tivemos os mesmos sentimentos (deles), em relação à república e que em absoluto temos sido populares; e que, se alguma vez nos viram falar como populares, o fizemos com a intenção apenas de atrair (o poderoso general ) Pompeu."

Por fim, era indispensável bater duro nos concorrentes. "Dos rivais, Antônio e Catilina, (...) deves lembrar que são assassinos desde a infância e depravados os dois." Um deles "comprou no mercado de escravos uma amiguinha para tê-la em casa, abertamente".

Com muita ou pouca ajuda do manual, Cícero foi eleito, dividindo o consulado com o rival Gaio Antônio. Seu ano como cônsul, em 63 a.C., entrou para a história. Foi nesse cargo que, em discursos memoráveis, denunciou uma grave conspiração comandada por outro rival: Catilina. Seu furor foi tal que, já na manhã seguinte ao primeiro discurso – ele fez quatro –, Catilina fugiu de Roma e, comandando uma rebelião, morreu meses depois.

8.7.06

CRIANÇAS

O texto abaixo é de um amigo que não conhecemos, que gostou do Blog e mandou um texto. Valeu mesmo, continue escrevendo, e Grande João, da próxima vez mande seu email ou seu contato para a gente.Aí está na íntegra a mensagem que recebemos dele. Agradeçemos desde já!
Olá! Estava eu "fuçando" na net quando vi o blog "Centrífuga online"... achei muito bacana, curti a idéia, e resolvi enviar um texto meu. Bem, agora é só vc ler, analisar e ver no que dá! hehe... abraços e desde já muito obrigado pela atençao!
Ah, meu nome é João Paulo Novo, tenho 21 anos, sou estudante de Publicidade e Propaganda da Unipar - Universidade Paranaense. Valeu!!!!
JP
Crianças...


Sabe aquelas tardes ensolaradas e preguiçosas do início do inverno, onde a vontade de ficar em casa assistindo televisão, abraçado ao calor de uma blusa, é maior do que qualquer outra coisa? Pois é, essa foi minha última quinta-feira....

Fui praticamente obrigado a sair, os estudos falavam mais alto e as provas estavam aí. E eu, onde estava mesmo? Ah, sim, a tarde ensolarada. Bem, como eu dizia, era uma típica tarde de inverno. E eu precisava estudar. Então, lá fui eu para minha querida faculdade, onde os livros e os computadores me convidavam a uma vertigem letrada incrivelmente cansativa... mas sem isso não há diploma, correto?

Passei pelo portão carregando minha mochila que estava leve naquele dia (ainda bem!) e me assustei quando vi aquela cena vindo em minha direção: dezenas... não, centenas... ou melhor, (quem sabe?) milhares de crianças andando, correndo e gritando pelo pátio da faculdade! Aquelas filas indianas de moleques e meninas que aparentavam ter entre três e cinco anos, umas de mãos dadas com as outras, ou segurando no ombro da que estava em sua frente. Aquelas tias, com um ar de angústia, como se pensassem meu Deus, o que eu faço com tudo isso, tentavam organizar todas aquelas crianças para que elas não se perdessem umas das outras (o que, acredito eu, deva ser um trabalho dificílimo, já que percebi que várias crianças corriam pra lá e pra cá, desprovidos de orientação de qualquer responsável).

Fiquei parado um instante observando aquela cena. Nem em dias de provas eu cheguei a ver tanta movimentação naquela faculdade. Devia haver três vezes mais crianças naquele momento do que o total de acadêmicos que estudam alí diariamente. Mas eu me perguntava o que diabos aquelas crianças faziam naquele lugar?

Foi então que, durante meu questionamento, me vi no meio da molecada. Eles chegaram tão rápido até onde eu estava que nem me dei conta de sair do caminho! No primeiro momento, fiquei apavorado. Não que eu não goste de crianças, pelo contrário. Mas aquele volume incrível de baixinhos que passavam por mim era assustador! Fiquei com medo de pisar em alguma delas e me tornar o responsável por uma choradeira sem fim.

Mas enquanto procurava um meio de sair do meio daquela revolução, me deparei com um menino parado próximo a mim. Ele chorava em alto e bom tom, mostrando os dentes falhados e apertando os olhos com toda sua força. Pensei por um momento, será que pisei no pé dele?. Acho que não, ele estava a uma distância considerável de mim. Nesse primeiro momento me senti bem por não ser responsável pelo choro do menino. Mas aquela criança desesperada e perdida tocou meu coração. Quando percebi já estava desbravando aquela selva infantil até conseguir chegar perto dele. Me abaixei um pouco e tentei estabelecer contato .

- Oi, qual é o seu nome?

Ele olhava pra mim, mas não parava de chorar. Parecia que apertava ainda mais seus olhos.

- Você está perdido?

Que pergunta mais sem cabimento! É claro que ele estava perdido! A única resposta que obtive foi um aceno de cabeça. Mas já era alguma coisa.

Não quis falar mais nada. Peguei a criança no colo, olhei para os lados para procurar alguma tia que pudesse socorrer aquele probrezinho. Mas todas pareciam tão atentas e ocupadas em cuidar de suas próprias crianças que, dessa vez, quem ficou meio perdido fui eu! Até que vi que uma senhora um tanto obesa se aproximava de mim com passos largos e um olhar irritado. Ela puxou o menino de meus braços e saiu falando, sem nem olhar para mim:

- Onde você estava menino? Te procurei por toda parte! Por que você saiu da fila daquele jeito...? - E por aí vai.

Mas o que mais me tocou foi que, aquele menino, mesmo engasgado por causa do choro, olhou em minha direção e, do colo da senhora, me deu um tchau com a mão. Bem, pelo menos parecia um tchau. Poderia ser que ele estivesse espantando um mosquito, mas aquilo me fez bem. Respondi o aceno educadamente e voltei a me concentrar em como sair do meio daquelas crianças.

Acabei não precisando sair de lá. Logo as crianças desapareceram pelo portão. E eu continuei lá, parado, analisando aquele acontecimento, pensando na descoberta de minha nova fobia: medo de lugares repletos de crianças. Mas já que o caminho estava livre, voltei a andar. Afinal, meu propósito era estudar.

Amanhã tenho outra prova. Amanhã também é dia de procurar emprego. Ou um estágio. Ou qualquer coisa que me faça ganhar dinheiro. Só espero não encontrar algo onde tenha que lidar com crianças.

João Paulo Novo

4.7.06

Ei seu João, pague a televisão!



Seu João é meu vizinho, mais precisamente do 301. Com a onda eufórica da Copa do mUndo, comprou uma Tv de plasma, em 24 prestações. E distribui camisetas amarelas compradas no camelódromo aos vizinhos e amigos, chamou todo mundo para assistir aos jogos da Seleção Brasileira, que ganharia o Hexa Campeonato. Comprou muita cerveja e picanha no açougue da Gertrudes e agora ta com um probleminha. Pagar a TV que comprou no seu cartão. A euforia tirou a lucidez de seu João.

Mas não de deu por conta que a coisa tava ficando russa, ou melhor francesa. Edmilson foi cortado da seleção, Ronaldo, “o fenômeno”, coitado tava com bolhas no pé, culpa da chuteira feita especialmente para ele pelo “PAItrocinador, a Nike, a mesma que deve ter chamado atenção do menino. Pois é, depois febre e outras coisitas mais. Deu no que deu. Pior, o Zagalo, tava tão apático que quando acabou o jogo, ele perguntou quanto é que tava. Desse jeito não dá!

Depois, começaram os jogos e o Brasil aos trancos e barrancos foi ganhando uma ou outra partida, mas a cervejinha no apartamento do seu João não faltou. Mas alguns comentaristas diziam, “A Copa começa a partir do jogo das oitavas”. E veio Gana e faltou garra, mas ganharam e iludiram todo mundo. E aí chega a França de Zidane. Mas a euforia tava grande, todo mundo contando certo que estaríamos na semifinal e saímos antes, uma vergonha.

Perdemos mais uma, somos fregueses e isso ninguém pode negar. Em 1986, nos pênaltis, depois em 1998, quando o Ronaldo, o mesmo das bolhas nos pés passou mal e engolimos 3 gols, “mas pelo menos eles chutaram a gol”. E nessa última, ninguém derrubou Zidane. Uma faltinha se quer. O cara parecia que tava jogando sozinho. O pior, Roberto Carlos e Robinho estavam tão alegres sorridentes com o Tio francês, abraço vai abraço vem que o Brasil foi pras cucuias.

E agora Seu João? O senhor todo empolgado com Tv de plasma, pior é ter que comprar um aparelhinho daqui algum tempo para poder receber o sinal da TV Digital. Ah! O senhor não sabia, pois é. O Lula já assinou com o Japão! Pois é meu vizinho, quem sabe na próxima né. Mas não venha me pedir dinheiro emprestado viu? Eu falei, eu te avisei. O pior de tudo é ter que jogar fora o livro que comprou “Formando Equipes Vencedoras", escrito por Parreira. Pois é, Parreira nem seguiu o que escreveu. A prática é bem diferente. Agora vê se paga a televisão Seu João!
Ósculos e amplexos para todos!
Klever Schneider

3.7.06

Copa x República Federativa do Brasil

Copa x República Federativa do Brasil

Um Técnico de uma seleção de futebol e um Presidente da República, cargos distintos, mas com um grau de responsabilidade relevante. Lula, o Presidente, é o sustentáculo de uma estrutura. Parreira, o Técnico, é o responsável pelo equilíbrio de uma auto-estima nacional. As decisões diárias do Presidente vão influenciar na vida de cidadãos por anos afins. Pessoas vão chorar, sorrir. O técnico tomará decisões de semelhante grau de seriedade, vai mexer com o emocional de pessoas que vão chorar e sorrir. Olha que coincidência! Mas será que o Presidente não seria um Técnico? E o Técnico não seria o Presidente naquele momento do jogo?

Falemos da melhor partida do Brasil na copa da Alemanha 2006, a partida de volta para o Brasil. Nos primeiros quinze minutos de jogo, os corações brasileiros se enchem de confiança. Mas, a partir dos primeiros quinze até o final, afé Maria que agonia triste. Nos sentimos como em 1998 na França, uma angústia, uma dor que adentrava nossos corações “futebolísticos”. No momento de um jogo, a emoção se mistura à razão, torna-se uma coisa só. Se tal fenômeno não acontecesse, poderíamos ter freado nossa emoção, no instante que a França passou a gostar do jogo e a derrota do Brasil torna-se-ia iminente, a pré-disposição ao fracasso estava clara.
Mas, acaba-se o primeiro tempo e poderíamos pensar numa reação verde-amarela. O segundo começa. Esperamos pela mudança tática. Mas vejam só! Entram os mesmos atores daquela atuação apática. Era o fim. Não vamos pensar que o Brasil ganhará todas as copas. Não é isto minha gente. O que esperamos é garra, força de vontade, algo que Felipão, ali sim é um Técnico-Presidente competente, fez com sua seleção portuguesa, mesmo que perca o jogo. Mas tentou-se. O que acontece é que a copa do mundo é um momento que o Brasil torna-se o protagonista, somos os melhores, mesmo numa atuação incompetente. Nunca vamos deixar de ser os favoritos.

Parreira é um mero administrador de estrelas. Não escala jogadores competentes, escala a coca-cola, a nike, as suas preferências pessoais, os nomes, enfim, não cria um todo e sim partes, que por partes serem, se entendem ou não. Tenhamos uma esperança, pois se a tradição recente do Brasil nas copas se mantiver, será uma sim, outra não. Em 94 fomos sem confiança, fomos tetra, daí em 98 achamos que estava ganha mas não foi, em 2002 chegamos humildemente e levamos o penta, em 2006 fomos convencidos e mais uma vez a confiança exacerbada nos deu uma surra. Esperemos portanto 2010, se assim for, seremos hexa, não com Parreira.

O Brasil sobreviverá. Os brasileiros são fortes e alegres. Sofremos aqui, rimos ali, eita povo simpático. Agora vamos aguardar as decisões firmes de nosso Presidente-Técnico Lula, para que possamos pensar num futuro esperançoso, já que o Técnico-Presidente Parreira falhou. Aguardemos uma postura de liderança corajosa, que faz mudar quando necessário. Esperemos uma escalação competente, não precisa ser de estrelas, mas que seja funcional. Vamos pra frente Brasil, salve a seleção. Salve-nos.

Rodrigo de Magalhães

2.7.06

O Fim da Copa para a Seleção Brasileira

Um dia depois da terrível partida que eliminou a Seleção Brasileira da Copa 2006 da Alemanha, cabe aos brasileiros erguer a cabeça e começar de novo sua campanha rumo à copa de 2010 na África do Sul.
Muitos acordaram mais tristes do que de costume. Guardaram suas camisas verde e amarela, os fogos, a emoção, os gritos, o choro de alegria. E trocou tudo isso por uma fina melancolia, um choro abafado e intenso, uma vergonha e uma revolta. Pois o pior aconteceu: O Brasil se entregou a sina da França e perdeu por 1x 0 ontem na Commerzbank Arena, em Frankfurt.
O mesmo aconteceu em 86, nas quartas de final da Copa do México, onde o Brasil se entregou a França na disputa de pênaltis depois do placar de 1 x 1, e em 98, nossa Copa inesquecível, onde os franceses disputaram em casa e venceram por 3 x 0.
E a maior lamentação é de quem assistiu a falta de entrosamento, de preparação física, a falta de vontade de trazer a Taça e o Hexa para os brasileiros que ficaram no país. Os mesmos que esperaram garra e que torceram ardorosamente pelo Hexa.
Era lindo ver o Recife parado para os jogos, as pessoas eufóricas quando os jogadores faziam um Gol, o grito de alívio e felicidade a cada final de partida em que escutávamos que ganhamos. Mas o sonho acabou. Até São Pedro quis dar uma ajudinha para esfriar os torcedores que ardiam de tensão durante o jogo, trouxe a chuva para gelar o sonho que estava tão quente.
Muitos se revoltaram, outros lamentaram, e cobraram de Parreira, que errou. Alguns jornais foram ao extremo, outros mostraram o quão o Brasil está triste. E veio a comparação com Felipão, o Diário de Pernambuco diz: QUE SAUDADE!, e para a Seleção Brasileira: QUE VERGONHA!. Dando em sua Capa, um destaque maior para a foto do técnico de Portugal, Felipão, vibrando por estar na semifinal e uma pequena foto de Zé Roberto, um dos poucos que se entregou ao choro depois da partida, junto a Zidane que vai cumprimentá-lo. O Jornal do Commercio trás quase a mesma foto e destaca: Acabou!. A Folha de Pernambuco mostrou sua indignação e a de todos os brasileiros, e a sua capa, pode-se dizer, foi a mais bela e a mais brasileira de todas: a sua capa está totalmente preta, um luto e junto às palavras de todos nós que: NÃO TEMOS PALAVRAS.
Deixo aqui a minha indignação, tristeza, e apesar de tudo, esperança de que em 2010 possamos mostrar o que não conseguimos ontem, O NOSSO FUTEBOL DE VERDADE. E uma reverencia à Folha de Pernambuco por sua excelente matéria e capa, mostrando que se hoje espremermos ela no lugar de sangue cairão lágrimas. E uma pena que os outros jornais não tenham feito o mesmo e sim trouxeram matérias agressivas.
O brasileiro é tristeza e luto hoje, mas com certeza o brasileiro é aquele que jamais desiste e apesar de sua revolta, erguerá sua cabeça e mostrará que tem o futebol no pé sim.

por Thayse Brenna

Eu já sabia

Eu e tantos outros já sabíamos que a seleção do Parreira e seu quadrado mágico não daria certo. Vamos relembrar que nos últimos amistosos da seleção o Brasil não jogou bem. Nos jogos dessa Copa do Mundo foi difícil suportar a narração do Chatão Bueno e Casa Grande com seus comentários. Na verdade ele não fala: resmunga e chora. Salva-se ali o Falcão. A única coisa que valeu a pena foi ver Dida, Lúcio e Juan, dando o shows à parte.
Mas acordemos; uma eleição está próxima. Lula assinou com o Japão a TV digital, a violência e o desemprego continuam. Ainda bem que a alienação que tomou conta nos últimos dias deve ser amenizada. Precisamos acordar, porque nessas eleições gerais serão escolhidos o Presidente da República, os Governadores, os Deputados Estaduais, Federais e também os Senadores.
Voltando ao futebol: de mágico o quadrado não tinha nada, a passividade de Parreira no jogo e do zangado Zagalo foram determinantes para a frustração nessa copa. Cadê Kaká, Ronaldinho Gaucho, Robinho (porque voce não pedalou?). Sem falar em Cafu nesse jogo e Roberto Carlos. Foi deprimente.
Mas esperemos a próxima Copa do Mundo. Não esqueçamos que o time começa pelo treinador, antenado com o futebol moderno, e não jogando com medo de assumir a grandiosidade de uma Seleção Brasileira.
Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider