CENTRÍFUGA

28.9.06

ALOPRADOS


“Os homens são tão simples e tão obedientes às necessidades do momento, que quem engana encontra sempre alguém que se deixa enganar”. Maquiavel



Nada de ser ALOPRADO, leia com calma e comente.
Estes dias que antecedem a eleição merecem serenidade, tendo em vista as balelas e denúncias que surgiram na grande mídia. Os ânimos estão quentes, por isso, nada melhor do que usar uma palavra que ficou em evidência na semana que passou. Não sejam “ALOPRADOS”.

Maquiavel dizia que a mentira é um instrumento usual na política para persuadir aliados e eleitores ou para esconder atos ilícitos. Pode vir em forma de omissão ou de retórica capaz de direcionar a percepção da opinião pública. Isso é bem familiar não é mesmo?

Nos últimos dias, os posts do Centrifuga procuraram discutir política e propor mais ação e menos discurso. Para isso, divulgamos sites que pudessem orientar o eleitor na hora de decidir o voto, para os deputados tanto na esfera estadual como federal.

Percebemos que Educação é a medida mais eficaz para amenizarmos as mazelas. Agora nos resta esperar que no dia 1º de outubro tenhamos noticias mais agradáveis ou...a Alopração trará outras conseqüências. Para evitarmos isso, nada melhor que uma boa receita.

RECEITA

Nada pior do que se dirigir às urnas e escolher aleatoriamente o candidato, por isso vamos imaginar a seguinte receita:
Deve-se evitar os candidatos com as seguintes características, prestem atenção, afinal de contas ainda há tempo. Deixe de ser Aloprado e leia com atenção!
a) Evite os candidatos que prometem demais, DEVEMOS nos perguntar se elas atendem as necessidades e se são viáveis também
b)os cretinos que mudam de partido como mudam de cueca
c)os candidatos bonitinhos e aparentemente bonzinhos de mais, esqueça a atração física
d)aqueles que tentam a reeleição mas no atual mandato, mal compareceram as sessões e se quer apresentaram projetos.
Por isso, indico novamente os seguintes sites

www.alepe.pe.gov.br
www.perfil.transparencia.org.br
www.camara.gov.br/deputado

Mas a melhor receita mesmo, é você seguir a sua consciência e depois, se eleito for o seu candidato, não perdê-lo de vista. Devemos nos tornaremos carrapatos e assim o candidato eleito nunca vai esquecer de você.

VOTO CONSCIENTE
Segundo o professor José Ames, realizar um ato consciente pressupõe a existência de três elementos: a) pleno conhecimento do seu conteúdo; b) liberdade para efetivá-lo; c) vontade deliberada de praticá-lo. Ou seja, depois de sabermos em quem votar, temos de estar de mãos livres, sem medo que uma escolha possa nos trazer. E por último é a vontade de mudar e querer o melhor, sem pensar em interesses individuais, mas necessidades de um todo. Neste mundo onde se incentiva a individualidade, pensar coletivamente é meio complicado, mas é um bem necessário.

DEBATE e piadinhas

Lula não sabia que tinha debate, Alckmin diz que 40 % do pacote de açucar é esgoto, num ato falho hilariante e Heloisa Helena falou que não se pode votar num governo onde se escondem dinheiro em vestuário íntimo masculino, vulgo "cueca".

Se faltou mais emoção, pelo menos foi possível acompanhar algumas coisinhas engraçadas.

Não esqueçam a receita! É domingo o grande dia!



E assim seguimos...

Ósculos e amplexos para todos!

Klever Schneider

25.9.06

INHA*

Gostaria de entender por que as pessoas fazem o que fazem, certas vezes. O que leva alguém a cometer um ato de covardia? O que impulsiona um indivíduo a inventar uma fofoca e espalhá-la? Qual o objetivo de certas pessoas ao agirem de forma tão mesquinha e tão pequena? Talvez por insegurança, frustração, fraqueza. Mas essas são explicações muito fáceis. Não creio que tais problemas sejam tão simples de serem definidos.

Um dos fenômenos perniciosos que identifico bastante no dia-a-dia é o que chamo de “projeção”. Sabe aquele sujeito que projeta seus defeitos mais cabeludos em outra pessoa e faz questão de ventilar a estória entre os conhecidos? Esses são dos piores. O doente se satisfaz ao ver um inocente sendo responsabilizado por ações que simplesmente não fez. Talvez, em seus pensamentos, esteja exorcizando a culpa que lhe tira o sono, através do afastamento de si daquele assunto desagradável. Talvez ajude a condicionar sua própria mente a acreditar que não tem nada a ver com aquilo. Talvez vá pra casa e fique rindo de sua “brincadeira” e, quem sabe até chegue a confessar a algum outro retardado emocional suas façanhas para contar vantagem. Difícil chegar a uma conclusão.

Uma outra qualidade de gente “Inha”* é o frustrado. Sabe-se lá o motivo, mas o sujeito (ou sujeita) é frustrado. Seja porque é gordo ou magro demais, tenha pinto pequeno, halitose, QI abaixo da média, pouca grana ou é um virgem de 40 anos. Não importa muito o motivo, o que importa é o fato de que é difícil conviver com pessoas assim. Seus defeitos, embora de certa forma comuns numa sociedade de tão altos padrões (quase inatingíveis), lhes são simplesmente insuportáveis de encarar. Seus cotovelos, caso o ditado popular fosse uma verdade literal, seriam chagas abertas e gangrenadas. Não suportam testemunhar a felicidade alheia e muito menos o sucesso daqueles que o cercam: agem contra, sem remorso algum. A carga negativa de tais pessoas faria árvores amazônicas centenárias murcharem em questão de dias, apenas com um único olhar de desdém. Eu corro longe.

Ainda há de se apontar a existência do típico retardado emocional. Alguns inofensivos, outros nem tanto, esses seres possuem muitas questões a serem tratadas em sessões de psicoterapia, mas sequer consideram a possibilidade de fazê-lo. Colecionam traumas de infância, dúvidas acerca de sua sexualidade, péssimas experiências amorosas, entre outras situações desagradáveis que a vida coloca no caminho das pessoas. Porém, a inabilidade em lidar com tais assuntos, freqüentemente extrapola sua esfera individual e atinge quem estiver do lado. É possível escapar desse tipo de “Inha” com certa facilidade. Basta conseguir identificar e manter uma distância razoável e diplomática. Difícil é quando se está emocionalmente envolvido, seja por laço de amizade ou amoroso. Nesses casos esse tipo de retardamento emocional pode ser contagioso, dependendo do grau de envolvimento. O tratamento é sempre o imediato afastamento, por mais doloroso que seja.

Por último, jogo na berlinda o famoso e multifacetado Anônimo. Geralmente o agente disseminador das fofocas e imbuído de uma infinita covardia. Não dá a cara à tapa nem para defender as idéias que realmente acredita. Raramente identificável, principalmente nessa época em que a Internet é uma ferramenta dominada por tantos. Essa “Inha” anda se proliferando velozmente de alguns anos para cá. E o que se pode fazer é apenas adotar medidas preventivas de profilaxia: procure conhecer bem as pessoas com quem convive, jogue limpo consigo e com os outros, mantendo sua consciência sempre limpa, e, por fim, se dê sempre valor. Afinal, podemos ser todos diferentes, mas em nossas individualidades somos todos especiais. Apenas o Anônimo não cabe nessa equação, pois, na verdade, ele é um nada.

Há muitos outros tipos de “Inhas”. Destaquei apenas alguns, pois tenho certeza de que haverá uma fartura de outros exemplos exposta nos comments. Acredito ter a sorte de atualmente estar convivendo afastado de “Inhas” e espero que, de alguma forma, esse texto meio improvisado seja de alguma valia para uma proteção ainda maior contra esse tipo baixo de "fenômeno social".


* gentINHA.

Sergio Dourado







22.9.06

MARCHA FÚNEBRE


Ao nos depararmos com o caos em que vivemos nos questionamos sobre as causas, pois, os efeitos todos nós já sabemos.

Um país como o nosso que não investe em Educação verdadeiramente, onde se paga mal os professores e permite o sucateamento das escolas públicas, visivelmente faz com que não avancemos e assim o desemprego, os problemas de saúde originários da desinformação e a alienação, nos distanciam de atingirmos metas, entre as quais, nos tornarmos pertencentes aos países desenvolvidos, o chamado Primeiro Mundo, pelo menos é isso que todos esperam, ou não ?

Sem dúvida, investir em educação é a principal saída para crescermos enquanto país, pois, só dessa maneira, nossa população estará atenta e ativa, desde a escolha dos representantes na política a tantos outros fatores como facilidades de conseguir emprego, na prevenção de doenças e em posturas mais críticas na hora de cobrar de nossos representantes.

È preciso darmos um basta nas conversas fiadas dos políticos que usam sua oratória persuadindo o povo. Todo mundo sabe que Educação não é prioridade e os candidatos que a defendem são tachados de políticos de uma nota só e são até motivo de piadas. Sabem o porquê?

Porque um povo menos esclarecido é mais facilmente iludido. Mas no dia 1 º de outubro teremos mais uma chance de exercer um poder que reconquistamos, “o voto”. Vamos torcer que a faxina seja feita realmente porque caso a mesmice continue estaremos presentes ouvindo uma Marcha Fúnebre em nosso país. Como conseqüência reclamaremos de nossa paralisia diante das conseqüências, estaremos de mãos atadas ou com viseiras.


Mídia


No último tópico falamos sobre o espaço dado em alguns jornais a certa atriz global que não gosta de usar calcinhas. Agora foi a vez de Cicarelli, dar......o ar da graça! Aproveitando um tempinho lá na Espanha, esqueceu que sendo uma “celebridade” está sujeita a imagens desagradáveis, pelo menos depois do ato, pois no momento lá, parecia tudo muito bem e muito bom. Agora ela diz que vai processar Deus e o mundo. Ora bolas, o cara tava na função dele, ganhando o dinheirinho pelo qual foi contratado. Todo mundo sabe que existe imprensa marrom, sensacionalista, etc, etc. Menos a Cica. Ela deve viver em outro mundo ou acreditar em conto de fadas.

Enquanto isso

O Brasil se surpreende com mais um escândalo político. E o pior todo mundo quer saber de onde veio o dinheiro que estava com a corja do PT. Mas o que dizia ou se o dossiê tem algo de valioso realmente pouco se escuta na grande mídia. Serra tava ou não metido com as sacanagens? Ou será que essa nojeira toda começou nos últimos 3 anos? Pensemos!!!!!!!
Klever Schneider
Ósculos e Amplexos!

18.9.06

O TERMÔMETRO MARCA 40

“Um menino de rua é mais do que um ser descalço, magro, ameaçador e mal vestido. É a prova da carência de cidadania de todo um país, onde uma imensa quantidade de garantias não saiu do papel da Constituição.”
DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de Papel. São Paulo, Ática, 1994. p.23


O Termômetro Marca 40

Milhões de brasileiros atualmente vivem à margem da civilização. Muitos sequer possuem o mais básico registro de sua existência. Não há que se falar, inclusive, que sejam pobres, carentes ou indigentes. Afinal, quem não existe, não serve nem para compor estatística.

Num país como o nosso, cuja pirâmide de distribuição de renda apresenta fronteiras que beiram a indecência, não se pode ao menos conclamar a maioria da população para que enxergue e dê auxílio à problemática dos meninos e meninas de rua, por exemplo. Afinal, a maioria pode ser incluída em situações tão difíceis ou até piores daquelas vivenciadas pelos órfãos da nossa democracia.

Cabe à minoria privilegiada, que consegue amealhar mais do que um ou dois salários mínimos vigentes ao final do mês, escandalizar-se com a situação de proporções alarmantes que bate cada vez mais forte à porta. Soa estranho se falar em uma ação da sociedade para buscar soluções para dar um destino digno às nossas crianças esquecidas. Afinal, a maior parte da sociedade mal tem o que comer. Quanto mais poder para agir em relação a um problema que passa por vontade política, saneamento básico, educação, relações de trabalho, inflação, erros históricos, corrupção etc.

Como bem coloca Gilberto Dimenstein, “menino de rua é o termômetro que mede a febre”. E a febre, no caso, é o sintoma de uma doença que acomete todo nosso país. E está enraizada em fatos que a minoria mais esclarecida precisa combater, por meio do voto consciente, da cobrança política em relação aos candidatos eleitos e da conscientização gradativa de que o problema não é o fato isolado de haver crianças nas ruas, mas de que as mudanças necessárias para que esses e outros graves problemas comecem a ser resolvidos, passam por questões muito mais complexas e profundas.

A nossa Constituição é magnífica ao listar os direitos dos cidadãos, em especial os das crianças. Porém toda a beleza ficou reduzida a apenas um amontoado de letras impressas e esquecidas por todos. Na prática, muito do que foi promulgado em 1988 não chegou a ser sequer regulamentado para, então, ser aplicado.

Há grandes movimentações políticas para fins industriais, ou relacionadas a grandes obras, que produzam quantidades maiores de divisas, e conseqüentemente maiores arrecadações de impostos. Tudo bem que tais projetos são de grande importância para a nação. Não se tira o mérito disso. Mas vergonhosamente se abre um abismo cada vez maior, separando os orçamentos governamentais das ações sociais importantes para que se proporcione a verdadeira e necessária cidadania ao povo. Afinal, saúde e educação geram apenas despesas, de acordo com a mentalidade tacanha de muitos de nossos governantes. É urgente que se enxergue o futuro de forma mais responsável. Cabe a todos os interessados tomar uma posição firme e estabelecer o compromisso de se unir para que isso aconteça.

Sergio Dourado

14.9.06

Pena de Morte

Num post passado, comentei sobre certo candidato à Deputado Federal que tem como slogan "Bandido bom, é bandido morto.Pena de Morte já!". Algumas pessoas comentaram que a Pena de Morte já faz parte de nosso dia a dia, nos hospitais, nos bairros carentes ou em toda parte. De fato, sabemos de toda a sacanagem que existe! Mas o que coloco aqui é: Será que justiça estaria preparada para punir os verdadeiros culpados? As nações onde se adotou a pena de morte, em pouco ou nada se modificou a situação. Os crimes bárbaros continuaram a ser praticados.

E nos casos de erro judiciário? Algum dispositivo de lei poderia restituir a vida da inocente vítima de um engano, de uma falsa testemunha, de uma trama? Outro aspecto a considerar: em países onde imperam a corrupção e a injustiça, só os pobres, os desprotegidos iriam para cadeira elétrica e para o paredão de fuzilamento. Os outros ficariam como sempre, impunes.Pena de Morte não seria uma boa alternativa. Prefiro acreditar em investimentos na educação e na cultura.
Daqui a pouco terá candidato querendo mandar para a forca, homossexuais, líderes sindicais, judeus, pobres coitados, entre outros.

Era só o que faltava!

Na última semana, na “Espanha”, a peça “Lorca Eran Todos” (Todos Eram Lorca) de Pepe Rubianes, teve de ser cancelada, após o diretor receber ameaças de morte. A peça retrata momentos da vida do poeta espanhol Frederico García Lorca, enfoca não apenas a execução de Lorca durante a Guerra Civil (1936-1939), mas também a de outros milhares de espanhóis mortos pelo general Francisco Franco. Rubianes mencionou a temática gay que havia na peça e, logo em seguida, começou a receber tais ameaças .Fora preconceito! Babaquices como essas são incompreensíveis. Torçamos que esta moda, não pegue em nosso país.

Como ator, penso que o caminho da arte é livre, é inaceitável que em pleno século XXI, atores, diretores, técnicos tenham que se submeter a pressões deste tipo. È sempre bom lembrar que Liberdade de expressão deve ser um direito de todos, aqui ou acolá. Todos sabem o que nossos artistas sofreram no passado. A luta de hoje em nosso país é na busca de apoios, financiamentos às produções, para que artistas possam realizar suas atividades com dignidade e qualidade. Isto vale para atores, músicos, pintores, escritores e tantos outros que se utilizam da arte para se expressarem e sobreviverem.

IMPORTANTE !
A campanha eleitoral está encerrando e boa parte de eleitores pernambucanos ainda não sabem em quem votar para Deputado Federal e Estadual. Como já foi mencionado antes, nos posts deste Blog, o horário eleitoral, embora com algumas bizarrices, pode ser uma das saídas. A outra é visitar sites que procuram divulgar o trabalho de quem já é candidato e tenta a reeleição. Outra forma é participar de debates promovidos por escolas, faculdades, e por que não dizer em visitas aos Comitês Políticos.

É a chance de fazermos a Faxina no Congresso. Tem aqueles que acham que o voto nulo é a solução. Prefiro acreditar no voto e escolher algum dos candidatos. Pelo menos saberei de quem cobrar depois. Chega de omissão, voto consciente é a solução! Para finalizar, segundo a lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, e o art. 23, IX, do Código Eleitoral, os candidatos são autorizados a utilizarem sites para informarem suas propostas, é possível que muitos deles aproveitaram esse espaço e você pode conferir.

DICAS:
www.perfil.transparencia.org.br
www.transparenciabraisl.org.br
www.senado.gov.br
www.camara.gov.br/deputado
www.alepe.pe.gov.br


Sacanagem na capa de jornal e alguns questionamentos

Na semana passada, alguns jornais do país e inclusive de nosso estado, publicaram foto de uma atriz Global, “Boa”, que estava sem calcinha em um evento. O pior de tudo é que foi na capa do Jornal. Então pergunto: Não teria assuntos mais relevantes para serem colocados na capa dos Jornais? Um fato como esse merece destaque? Será que o futuro do jornal impresso, devido ao crescimento do Jornalismo on-line será o de trazer fofocas e “babados” do mundo artístico?
Que jornalismo nós queremos? Será que é isso mesmo que os leitores querem? Diante de tantas questões que precisamos discutir, a grande mídia se esforça em manter todos nós anêmicos, apáticos e alienados. Pois, o que é de real importância é deixado de lado. ainda bem que blogs e tantos outros sites estejam preocupados com assuntos que mereçam estar em pautas. Sabemos dos interesses dos econômicos que estão por trás disso tudo.Infelizmente!
Ósculos e amplexos para todos!
Klever Schneider

11.9.06

M.P.B. (Música Prapular Brasileira*)

Enquanto na semana passada os brasileiros de Nova York matavam a saudade da terrinha se submetendo ao mau gosto musical, na minha cidade (Recife) havia grande expectativa pelo show de Ivete Sangalo e Netinho na praia de Maracaípe, litoral sul de Pernambuco, que iria acontecer no sábado. Não precisa ser vidente para saber que foi um tumulto de gente no pequeno balneário.
A terra do Maracatu e do Frevo mais uma vez abriu as pernas para o reboliço baiano. E isso foi apenas uma brincadeira de preliminares... vem aí o "Recife Indoor" para arregaçar de vez nossas tradições. E tudo se justifica pelo imenso público local, doutrinado para o consumo desse tipo de produto.
Enquanto rolava o axé baiano do Babado Novo, o brega do Pará da Calypso, o pop aguado de Sandy & Júnior e o romantismo (ugh) do cantor Leonardo, eu imagino o que será que passou pela cabeça dos americanos em relação à música brasileira. Será que a imagem da bossa nova de Tom, Vinícius, Sergio Mendes e João Gilberto foi por água abaixo? Será que o Chico, Caetano, Betânia, Marisa Monte e tantos outros dos nossos maravilhosos intérpretes e compositores tiveram suas imagens maculadas pela exibição literal do que há de menos original e criativo em nosso cenário musical? O que apareceu na TV Globo, durante o Fantástico, por exemplo, foram rápidos flash mostrando nossos artistas arranhando musicas em inglês. O Babado por exemplo, mandou ver um Guns and Roses para o público presente. Que imagem sinistra. Depois querem que sejamos levados a sério...
Escalar um fenômeno como a Calypso para compor uma “amostra” do que há em nosso país, em matéria de música popular, seria até louvável. Afinal de contas esta é uma banda que surgiu e decolou embalada pelo clamor do público, mesmo à revelia dos poderosos veículos de comunicação de massa. Conquistou seu espaço por ser genuinamente uma manifestação da massa. E não uma fabricação comercial, como é o caso de tantos outros que alcançam sucesso de audiência cantando versões em português de músicas pop romenas ou deturpações funk.
Essa engenharia do desprestígio dos grandes talentos é um fato até comum nas últimas décadas. Desde a ditadura, quando não se podiam expressar artisticamente as idéias que não fossem condizentes com o regime, o lugar comum e o mau gosto vicejaram na música brasileira, salvo poucas exceções. Hoje em dia há uma idéia disseminada pela sociedade de que um Chico Buarque não é pop. De que artistas como ele agradam apenas às elites. Se formos procurar entender e analisar o retrospecto da obra de Chico, por exemplo, isso soa estranho. Afinal ele era pop. Era transgressor, batuqueiro, sambista, malandro, romântico. Mas não cedeu às ameaças do regime autoritário e teve de "dar um tempo" na Itália. Nesse meio tempo as porteiras de nossa nação se abriram para o rock inglês e americano, e nossa cultura foi avassaladoramente submetida ao formato bem comportado e alienado, que satisfaziam o regime militar.
Será que vivemos novamente uma realidade onde o que se enfatiza artisticamente é predominantemente o pop diluído e bem comportado? Onde a reciclagem do mau gosto torna-se produto de consumo de massa? Será que o povo deveria ser tão subestimado assim? Eu acredito que uma musica de Chico Buarque agradaria também as classes C e D. Já agradaram antes... não esqueçamos disso.
* usando de forma bem humorada a expressão criada pela banda pernambucana "Dona Margarida Pereira e os Fulanos".

Sergio Dourado

7.9.06

A Pátria que nos pariu!

Talvez você já tenha escutado que o Brasil é o país do Futuro. Talvez você tenha escutado que o Brasil não tem solução. Mas isso não importa, o que vale mesmo é o que podemos fazer para que as mazelas que atingem nosso país diminuam. A pátria que comemora hoje sua independência clama por soluções mais efetivas, por um novo tempo que parece nunca chegar. Mas de que forma poderemos viver melhor diante do "caos" que aí está?


Neste ano, as eleições gerais podem ser uma alternativa de uma faxina geral no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas. A grande mídia não tem como dar espaço para todos os candidatos a deputados, seja na esfera estadual ou federal e aí a escolha e a busca de informações para votarmos "certo" fica mais difícil.


Difícil, porque o espaço destinado a esses candidatos no horário eleitoral é muito pequeno, salvo algumas exceções de alguns políticos que detêm o poder econômico em suas mãos. Diante disso, o horário se torna até cômico quando percebemos alguns que almejam um cargo tão importante mas sequer têm condições.


Mas nem tudo está perdido. Para quem tem o acesso à Internet, o site "Transparência Brasil-Excelências" (perfil.transparencia.org.br) contribui para que você possa acompanhar o histórico de candidatos que tentam a reeleição para deputado federal em todo o Brasil. É um primeiro passo, mas muito ainda deve ser feito para conhecermos nossos candidatos.


Talvez falte a todos nós coragem para cobrarmos maiores investimentos em educação, segurança, saúde, moradia. Talvez falte mais comprometimento de todos nós para "brigarmos" pelo que pensamos sem termos medo de sermos rotulados de chatos, revolucionários, encrenqueiros. Talvez falte isso e muito mais, talvez você tenha outras soluções.


A Pátria que nos pariu deixou-nos abandonados com a falsa ilusão que somos independentes, livres e felizes. Se pararmos de olhar para nosso umbigo sairemos do estado de apatia. Muitos discursos são feitos, aqui ou acolá, mas pecamos porque não agimos. Criam-se ilusões ainda de forma equivocada de que tudo está andando nos trilhos. Nossos problemas sociais estão entrelaçados e por isso direcionar medidas corretivas em um só ponto de nada adianta.


Mais ação, menos discurso. Isso vale para mim, para você ou para aqueles que se vestem na pele de bons moços. Não precisamos esperar o dia da eleição ou 7 de setembro para refletirmos. O momento de agir deve ser agora e não depois.


Klever Schneider
Ósculos e Amplexos para todos, inclusive a Pátria

LÚCIO FERRO, O OBSOLETO.

Dizem que as pessoas que estão fora do senso comum político-religioso-econômico são coisas, ou melhor, são obras do demônio. Porém: Imaginem os espiritualistas promovendo um encontro para falar de mantras, incensos, terapias alternativas, alimentação natural, Gandhi, Buda, Saint Germain e dar uma consulta grátis de búzios e tarô para o dito cujo. Imaginem os comunistas convocando o proletariado infernal para assumir o poder e tornar o inferno mais fraterno, mais justo e mais igualitário. Imaginem a comunidade gay promovendo a 1ª parada gay do Inferno e convocando o dito cujo para ser sua biba-madrinha. Imaginem os movimentos sociais promovendo o 1º Fórum Social Infernal - um outro inferno é possível. Imaginem esse louco poeta traduzindo as entrelinhas do inferno. Imaginem o prof. Wladimir Souza explicando ao dito cujo que chifre é símbolo de ascensão. Imaginem uma filósofa tri legal socializando o texto: o dito cujo, quem é ele afinal? E no final, todas e todos gritando em uníssono: fazemos parte da sua história! Certamente, o diabo daria uma rodada como a saudosa Vera Verão e gritaria: apartai-vos de mim que não vos conheço e nem quero, corja. Vaza!
por Tegê (estudante de comunicação social)

4.9.06

DIA DA independência

Essa semana iremos comemorar o Dia da Pátria. É a data em que conquistamos nossa independência de Portugal no ano de 1822. Mas o que alguns brasileiros se perguntam no momento é se, de fato, essa independência algum dia existiu.
Após 184 anos percebe-se que o que mudou realmente foram os donos da coleira que nos prende o pescoço. Se antes era um dono (ou dois... não esqueçamos da poderosa e manipuladora Inglaterra) agora há um amplo consórcio mandando no pedaço. Saiu um rei abobado e uma rainha pomposa e entram impérios democrático-capitalistas e controladores de vasto poder econômico.
Não bastasse tal fato, há ainda que se ressaltar que a coleira apertou ainda mais. Pois o Brasil, como bom e pacífico cão amigo - daqueles que abanam o rabinho ao menor aceno de carinho - ficou mais gordo e sedentário. Aprendeu algumas lições, isso é certo. Afinal havia alguem para dar-lhe um certo "treinamento". Mas há ainda muitas pulgas a serem extirpadas. O problema é que aquele que segura a "coleira" não tem lá muito interesse em se livrar delas.
E em meio a alguns latidos desesperados e feridinhas de sanguessugas, vamos nós do povo seguindo em frente como dá. "Como Deus permite". Alguns comemorarão o 7 de setembro numa praia, torrando ao sol. Outros fazendo discursos ufanistas de caráter eleitoreiro. Poucos estarão refletindo sobre a verdadeira realidade brasileira e lamentando não haver muitos motivos a serem comemorados. Um pouco de reflexão nesse momento viria totalmente a calhar.

Sergio Dourado

1.9.06

Esquenta a briga eleitoral

"O medo é o microscópio que aumenta o perigo" Jean Commerson


Nessa semana, prevaleceu a briga entre os candidatos ao governo de Pernambuco, Humberto Costa e Mendonça Filho. A troca de farpas ficou mais evidente após Humberto ter sido indiciado pela Polícia Federal. Para não ficar de fora, Eduardo Campos retomou a discussão sobre o aumento do valor da energia elétrica para pequenos e médios consumidores e sobre a venda da CELPE aos espanhóis durante o governo Jarbas.

O Programa de Mendonça Filho se aproveitou da situação e colocou em seu programa manchetes e notas sobre o suposto envolvimento do ex-Ministro da Saúde. Humberto, não se intimidou e de forma veemente se defendeu dizendo que tudo não passa de uma manobra política. Em seu programa eleitoral, usou imagens de uma entrevista coletiva que deu aos Jornalistas após o indiciamento.Com batidas fortes na mesa disse “eu seria muito burro, mandar investigar uma quadrilha da qual eu faria parte” . Para provar sua honestidade já autorizou a quebra do seu sigilo bancário, fiscal e telefônico e de sua família..

Outro momento importante que chama a atenção é certo candidato a deputado por Pernambuco que se diz favorável a Pena de Morte contra assassinos e criminosos. Com o lema a “solução é a punição, pena de morte já!” e com frase de efeito “bandido bom é bandido morto”, o candidato pede o voto trazendo à tona um assunto polêmico. Precisamos abrir bem os olhos e refletirmos sobre algumas coisas.

Será que a pena de morte resolveria a questão da violência? Países que adotam a pena de morte como solução diminuem a questão da violência ?Na medida em que discutimos Cidadania, paz, será que atitudes ou pensamentos como esses contribuem para o processo eleitoral?

Num país como o nosso, onde não se valoriza educação, cultura, onde a geração de empregos fica apenas no discurso e a corrupção que também atinge o poder Judiciário, ficaria um tanto complicado, escolher a pena de morte como a solução para todos os problemas de segurança em nosso país.

Educação deve ser sempre prioridade, com escolas bem estruturadas, professores bem remunerados e bem formados, criando assim uma ponte para um futuro melhor. Talvez seja utopia um dia que aconteça, mas isso precisa ser dito. Já perdi um parente vítima de violência mas nem por isso tive vontade de matar. O ódio momentâneo surge como num instinto, mas a reflexão e a racionalidade, fazem com que eu defenda outras formas de punição. Por isso é preciso estar atentos aos falsos moralistas que se apegam a Bíblia para conquistarem eleitores, aos candidatos preconceituosos e àqueles que adoram mudar de partidos e não se preocupam com a fidelidade partidária.


A propaganda eleitoral é sem dúvida um dos recursos para sabermos, pelo menos, em quem não votarmos. O programa eleitoral gratuito promete ainda mais. Nos resta esperar!



Ósculos e Amplexos para todos!
Klever Schneider