CENTRÍFUGA

20.5.06

Paixão Nacional

A Copa do Mundo está chegando, e com ela vem todo aquele nacionalismo futebolístico exacerbado, o verde e amarelo toma conta das ruas e deixamos temporariamente de ser o País do Carnaval para ser o País do Futebol. Sinceramente, prefiro a primeira definição. Já comentei en passant o quanto detesto esse esporte, mas não há melhor hora para isso do que agora. Eu estaria mentindo se dissesse que não vejo jogos. Mas isso só acontece durante as Copas Mundiais, e ainda assim se não tiver nada mais interessante para fazer. A final da última Copa mesmo foi maravilhosa. Aconteceu de madrugada e eu nem me abalei da cama para assistir ao Brasil conquistando o Penta. Vou citar três motivos pelos quais não gosto de futebol. Um é que eu sou muito inquieto, e não tenho um mínimo de paciência para agüentar mais de uma hora e meia de um jogo que não tem quase nenhum clímax, às vezes nenhum, quando a partida acaba no zero a zero (o que já ouvi definirem como masturbação sem desfecho). O outro, é que não dá pra confiar num esporte quando este foi corrompido pelas grandes marcas anunciantes. Se não souberem do que estou falando, basta lembrar da palhaçada envolvendo a Nike na Final da Copa de 98, quando doparam de forma cavalar nosso principal artilheiro para dar à França a oportunidade de ser campeã em casa. E o terceiro é que os arredores dos estádios deixariam Dante com vergonha de sua Divina Comédia, tamanho o inferno que viram. Portanto, que me perdoem os milhares de fanáticos brasileiros, principalmente os que xingam e se descabelam durante os jogos, mas da minha parte, vou torcer para o Brasil continuar apenas com o título de país do Carnaval, ou adotar algum esporte menos sacal como paixão.
por DIEGO ARCOVERDE (blog 300 palavras)
o autor é estudante de Jornalismo da UNICAP.

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