CENTRÍFUGA

7.6.07

FIM DA LINHA

Suicídio. Este foi o tema da matéria veiculada pelo Jornal do comércio, no último domingo, abordando o tema e falando das ações do Governo Federal para trabalhar a prevenção ao suicídio. "Combate à morte voluntária", esta foi a manchete da revista JC, para chamar a atenção de um fato alarmante e que passa despercebida das Políticas Públicas para o assunto. Segundo Orientações do Manual para Profissionais da Mídia sobre a prevenção do suicido, da Organização Mundial da Saúde (OMS), incluí dicas para que os veículos de imprensa não dêem detalhas do planejamento da morte nem sua execução. Lembro-me agora do Orkut e de diversas comunidades que explicam como praticar o suicídio, e muitas delas continuam no ar, sem qualquer restrições. Nestas comunidades, existem os profetas assassinos que ajudam as pessoas em estados depressivos chegarem ao ato que deveria ser coibido.



A matéria de Cinthya Leite (JC), coloca alguns dados interessantes. No Brasil, são 4,5 casos para cada 100 mil habitantes enquanto que no Japão este número chega a 25 mortes por 100 mil habitantes. Os levantamentos mostram ainda que 90% dos que resolvem dar um fim as suas vidas, falam direta ou indiretamente, aos amigos e à família, o desejo de se matarem. No Rio Grande do Sul, minha terra natal, ocupa, infelizmente, o primeiro lugar. Segundo censo realizado em 2004, pelo Ministério da Saúde, foram 9,8 casos para cada 100 mil habitantes e o pior é que, em, alguns casos, dependendo da faixa etária, as taxas chegam a 30,2 casos. A terra que me colheu, Pernambuco, a taxa é de 3,5 para cada 100 mil habitantes. Mas aí entra outro dado que merece reflexão. Em cidades do sertão nordestino, como Itacuruba e Petrolândia estes números ultrapassam a média nacional, 26,1 e 10,1, respectivamente. Mas é importante ficar atento, muitos que praticam o suicido não têm um transtorno mental propriamente. Os problemas estão relacionados com os pais, desproteção, traição de amigos e namorados.



Trouxe ao Centrífuga este assunto por dois motivos: este é um tema pouco abordado e na maioria das vezes cheio de clichês e segundo, há um ano, perdi minha irmã mais nova pelo mesmo motivo. Infelizmente não tive como ajudá-la no dia a dia, pois, estou longe de minha terra há seis anos. Meu contato era no mundo virtual. Não a vi crescer como queria e sensibilidade não me permitiu apurar o vestígio de algum problema. Na quarta-feira 13 de junho de 2006, ela me disse que estava com saudades e que gostaria que eu fosse no final do ano visitá-la. Não deu tempo!No dia 16, três dias depois, ela escolheu um outro caminho. Era o fim da linha!




Ósculos e Amplexos para todos!






4 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Klever mesmo com o convívio de um pouco mais de um ano,não sabia da lamentável história de sua irmã, lamento, mesmo sendo tarde. Esse assunto é muito delicado, e como vc cita não há nenhum trabalho social que seja, divulgado ampliamente em função desses casos. Sei o q é isso, pois já tive amigos q fizeram o mesmo, e vc se pergunta: Porque? na verdade ñ é de fácil explicaçõa, porém, acho q ninguém iria cometer isso, se td tivesse bem. Ás vezes, nos encontramos, lado a lado, no trabalho, faculdade, na internet.. Em fim, mas ñ sabemos o q há na vida do próximo, é td tão corrido q às vezes só dá p/ dizer: Oi, td bom, sem ao menos escurtamos a resposta! Acho q esse é um problema, ñ só social, mas, humano, pois, assim como Isa (PROFESSORA DE REALIDADE), sempre fala em sala: Os problemas existem ao nosso redor, os vemos todos os dias, mas, ñ fazemos nada.Ás vezes numa simples conversa, conseguimos levantar a alta instima de alguém, por isso prezo p/ minhas amizades, às vezes, não tô muito bem, mas, vejo meu amigo(a) pior q eu, e logo ñ demoro, pergunto o q tá acontecendo, aconselho, peço q desabafe...Em fim tento ajudar como posso, porém ñ é td mundo q faz isso. Apesar de saber q cada um tem sua própria opinião, e q muitos irão descordar do q vou escrever agora ñ tenho medo nem vergonha de dizer q: As pessoa ñ acreditam mais em Deus, outras acho q nem existe.. Quem sabe, se essas pessoas procurassem mais ter fé, e acreditar p/ mais difícil q seja, conseguiriam, superar as dificuldades, assim como eu,q já passei p/ muitos problemas e ainda passo, mas, nunca desistirei de acreditar no maior de todos: DEUS!!!, e q ele fique com todos, bjão Klever!

10:07  
Blogger Redação disse...

Dia 13 de abril de 2005, uma amiga minha resolveu tomar esse rumo tambem. Foi a quarta tentativa.. e com "sucesso"! Não teve coragem de encarar a vida, mas teve a coragem absurda de encarar a morte. Foi aí onde percebi que, na vida, nada e, principalmente, ninguem é pra sempre. Algumas se vão porque ta na hora e outras porque não sabem o q fazer com as horas que se passam aqui. Não é questão de entender, achar certo ou errado... apenas aceitar. E só quem passa por isso sabe como é dificil... aceitar!
Sinto uma saudade da bexiga dela.. q mesmo por pouco tempo, me ensinou , por incriver que pareça, a viver!
E a vida continua...

Abraços, cumpadi! =]

14:07  
Blogger Angolla _\|/_ disse...

Eita, eita ...


Assunto bastante delicado e amplo ao mesmo tempo, ainda mais numa segunda feira chuvosa!

Dois comentários MUITO interessantes; o de Élida baseado na FÉ e na boa consciência, pois ela sabe o quanto é importante estarmos mais próximos aos que amamos e queremos bem, assim como a visão lógica e direta do Pimentel, de que nada, nem ninguém é para sempre, então já são 2 motivos extremamente sensatos (lúcidos), para tentarmos ao menos entender o que se passa na cabeça dos que desistem ... ou desistiram!


É complicado, pois as pessoas se apresentam fortes, aparentemente prontas para lidarem com todas as situações que a vida nos "oferece", no entanto nem todos superam "x" dificuldades e se perdem por total, ao ponto de recorrerem ao suicídio ...

Mas dar o final à própria vida vai resolver?
Por quê? Para quê?? Por quem???

Pelo que entendo, todo esse desespero está fortemente associado aos mais diversos tipos de desequilíbrios, sejam emocionais, financeiros, amorosos, às vezes muita solidão ... e a doença (depressão) que faz parte do perfil do suicida!

Todos nós já perdemos pessoas queridas, que desistiram ... eu perdi uma prima, jovem, não tinha 30 anos e se jogou de um vigésimo andar, com a vida aparentemente em dia; faculdade, trabalho, já dividia apartamento, muito inteligente, cheio de vida ... e saltou pra morte, sem deixar nenhum comentário, nada ... aliás, ela deixou uma série de questionamentos, todos sem respostas até hoje!

Já perdi amigos em acidentes, outros doentes, mas o suicídio é uma tragédia dobrada, eu acho! Não podemos cobrar, todo mundo tem o direito até de desistir da vida, mas isso é muito grave, vai contra o príncípio da vida, da chance que todos nós estamos tendo, então há que considerar, lutar e vencer ... viver a vida (com certeza!), com tudo que ela possa nos oferecer, do receio ao atrevimento, do seguro ao arriscado, do amor à saudade, do momento à memória ... errar, reconhecer, tentar, derrubar preconceitos, criar, mudar ... e AMAR MUITO enquanto pudermos!

Amar sem medo, amar confiante ... com esperança e Fé na vida!

VIVA A VIDA ;)



Abraços a todos,
Angolla

20:03  
Blogger CENTRÍFUGA disse...

Realmente é um assunto polêmico, como diria nosso amigo Anderson Maia. mas enfim, temos que seguir e tentar compreender cada um dentro de sua lógica.

Não é um caminho, nem uma solução.
Não se adaptar a este mundo complexo, tomado por símbolos, ser diferente ou qualquer outra forma pode ser motivo.

neste sentido pe difícil avaliar, mas os comentários até aqui foram opoertunos.

Klever

13:30  

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